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Novo recurso tenta prender acusados de fraudar Saúde

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Por Agencia Estado
Atualização:

O procurador da República Gustavo Pessanha Velloso recorreu hoje da decisão da 10.ª Vara da Justiça Federal, de pôr em liberdade os envolvidos na quadrilha que fraudava concorrências no Ministério da Saúde, presos pela Operação Vampiro, da Polícia Federal. Pessanha baseou o novo pedido de prisão preventiva contra os acusados nos princípios de "garantia da ordem pública e conveniência de instrução penal". O Ministério Público e a Polícia Federal temem que alguns dos membros da quadrilha fujam do País ou que, pelo seu poder de influência, atrapalhem a obtenção de provas ou mesmo movimentem recursos que no futuro podem servir para ressarcimento ao erário público. Entre os 17 presos há duas semanas, há altos funcionários do Ministério da Saúde, lobistas, empresários e até representantes de multinacionais. A quadrilha é acusada de desviar R$ 2 bilhões mediante fraudes na compra de hemoderivados pelo Ministério. Dos 17 integrantes que tiveram prisão temporária, três tiveram a prisão relaxada porque colaboraram com as investigações e 12 foram soltos porque a Justiça Federal não acatou o pedido de conversão da detenção em prisão preventiva. Apenas dois continuam detidos. Pessanha também deu parecer favorável ontem à transformação da prisão temporária, de curta duração, em preventiva para os dois únicos que continuam presos. São eles o empresário Lourenço Rommel Peixoto, elo de ligação da quadrilha com o esquema PC Farias, que atuava na Pasta desde 1992 e Jaisler Jabour de Alvarenga, lobista e representante da Octopharma, integrante do cartel que vendia hemoderivados à Saúde de forma fraudulenta. O único que ficou de fora do novo pedido de prisão foi o lobista Marcos Jorge Chaim. O Ministério Público e a Polícia entenderam que precisam reunir mais provas, pois só descobriram até agora que ele era cúmplice de outro lobista, Francisco Danúbio Honorato, nas movimentações financeiras da quadrilha. No seu depoimento, Chaim disse à polícia que recebia R$ 7 mil mensais de Honorato pelo trabalho.

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