PUBLICIDADE

Novo presidente da OAB pede volta à 'decência' no País

Em seu discurso, Ophir Cavalcante fez referências diretas ao escândalo de corrupção no Distrito Federal

PUBLICIDADE

Por Mariângela Gallucci e da Agência Estado
Atualização:

Ao tomar posse como presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante fez referências ao escândalo de corrupção no Distrito Federal e disse que o Brasil somente avançará se voltar à decência. "Estamos nesta circunstância: ou nos reencontramos com a decência ou naufragaremos. Nenhum país avança, nenhum país ingressa no Primeiro Mundo com as mãos sujas!", disse o novo presidente da OAB, durante seu discurso de posse.Para Ophir Cavalcante, não são os índices de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) que expressam o avanço de um país, mas a conduta moral de seus dirigentes. "Como promover reformas sociais, estabelecer condições dignas para quem está na base da pirâmide social, sem inspirar confiança, sem transmitir respeito, sem dar o exemplo? A prática tem que estar em consonância com o discurso - e, quanto à nossa política, há entre ambas um perigoso abismo", afirmou.O novo presidente da OAB fez citações expressas ao recente escândalo no Distrito Federal, onde havia suspeitas da existência de um suposto esquema de mensalão. "Dinheiro em meias; em cuecas; em bolsas; oração para agradecer a propina recebida - são anomalias inconcebíveis, que demonstram total subversão de valores por parte dos que deveriam dar o exemplo", disse.Segundo ele, as imagens falam por si. "Mas expressam ainda um autismo revoltante, já que falam apenas para si, sem qualquer consequência penal para os infratores, que continuam em seus cargos e cinicamente ainda perdoam os que contra eles protestam", afirmou.Ophir Cavalcante disse que a sociedade não quer o perdão dos corruptos, mas a Justiça e o ressarcimento do que foi desviado. "Precisamos dar conteúdo jurídico à indignação cívica do povo brasileiro, promovendo uma faxina moral nas instituições", afirmou.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.