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Novo presidente da Assembleia de SP diz que precisa ‘respeitar o Conselho de Ética’

Recém-eleito no Legislativo paulista, Carlão Pignatari ressalta que nunca houve suspensão de mandato parlamentar na Casa; ele deve pautar votação sobre deputado acusado de importunação sexual

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Foto do author Pedro  Venceslau
Por Pedro Venceslau
Atualização:

Eleito nesta nesta segunda-feira, 15, como presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), o deputado estadual Carlão Pignatari (PSDB), de 61 anos, classificou “episódio equivocado” o caso do deputado Fernando Cury (Cidadania), acusado de importunação sexual durante uma sessão na Casa pela colega Isa Penna (PSOL). Pignatari evitou comentar a gravidade da punição a Cury, que teve uma suspensão de 119 dias aprovada pelo Conselho de Ética da Assembleia – em vez da suspensão por seis meses, sugerida pelo relator do caso no conselho, que levaria à convocação de um suplente para a vaga. “Preciso respeitar o Conselho de Ética, que tomou uma decisão. Nunca houve uma decisão desse tamanho na Assembleia”, disse o novo presidente da Alesp. 

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O deputado, que está em seu terceiro mandato na Casa, também disse que repreende cenas como a de deputados que se abraçaram durante a cerimônia desta segunda na Assembleia – em desrespeito a recomendações de autoridades de saúde –, enquanto o Estado de São Paulo entra na mais dura fase de restrição das atividades para conter o avanço da pandemia de coronavírus. 

  • Foram registradas cenas de aglomeração na eleição da mesa diretora hoje na Assembleia. Não era melhor ter feito tudo de forma virtual?

Dentro do plenário eu pedi a todo momento para as pessoas se afastarem. Eu acredito no isolamento social. 

O deputado estadual Carlão Pignatari, sentado na cadeira de presidente da Alesp nesta segunda, 15 Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO

  • Mas teve abraços noplenário depois do resultado final...

Alguns vieram me cumprimentar, mas não me lembro de ter abraçado ninguém. Se fizeram isso, está errado. Não pode.

  • O caso do assédio à deputada Isa Pena (PSOL) chamou atenção do Brasil inteiro para a Assembleia. A punição ao deputado Fernando Cury e o fato da maioria do conselho de ética ser composta por homens causaram constrangimento para a Casa? 

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Acho que sim. Foi um episódio equivocado e não pode acontecer na Assembleia. Sobre a composição do conselho, isso depende da eleição no plenário. Pode ter mais de uma chapa. 

Achou a pena branda? 

Eu não acho nada. É o Conselho de Ética que precisa definir. Como vou pautar e votar, não quero dar opinião sobre isso. Preciso respeitar o Conselho de Ética, que tomou uma decisão. Nunca houve uma decisão desse tamanho na Assembleia. Nunca houve uma pena de suspensão de mandato parlamentar. 

Quais as prioridades da Assembleia?

São dois projetos: o Bolsa Trabalho, que está na CCJ, e quatro ou cinco projetos de deputados autorizando o governo a comprar a vacina nacional ou internacional. Queremos fazer disso um projeto da Casa. 

  • Como o sr. avaliou as cenas de deputados estaduais paulistas sem máscara em manifestações contra as medidas de isolamento social?

Na minha opinião, não usar máscara é uma irresponsabilidade. Em Brasília, quase 30 deputados federais deram positivo para covid. Não ví os vídeos, mas isso é muito ruim para a Assembleia. 

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  • As medidas de isolamento vão ter um alto custo político em 2022?

As pessoas lá na frente vão entender. A minha cidade tem 100 mil habitantes e tivemos 3 mortes essa semana, um 41, outro de 42 e um de 46 anos. Que vai ter um custo, vai ter. É muito constrangedor pedir para a pessoa fechar seu comércio. É muito triste, uma medida muito dura. 

  • O governador João Doria admitiu que pode disputar a reeleição em São Paulo. O sr defende no PSDB essa tese ou que ele tente o Palácio do Planalto? 

É um direito de todo governador tentar a reeleição, mas serei sincero: acredito que João Doria vai disputar à Presidência da República. A ideia dele é ser uma opção entre os radicalismos. Lá na frente ele deve tomar essa decisão. 

  • Caso Doria tome essa decisão e deixe o governo, o PSDB deve ter uma candidatura própria ou pode apoiar o vice Rodrigo Garcia pelo DEM?

Dependemos muito do jogo presidencial. Eu defendo apoiar o DEM e o Rodrigo Garcia. Ele tem até março para decidir se muda de partido e vem pro PSDB ou se fica no DEM.