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Novo ministro da Defesa define como "golpe" o movimento de 64

A visão de Waldir Pires está expressa no site da Controladoria-Geral da União

Por Agencia Estado
Atualização:

Pela primeira vez desde a criação em 1999, o Ministério da Defesa será chefiado por um civil que classifica como "golpe" o movimento militar de 1964, episódio que coincidentemente faz 42 anos hoje. O baiano Waldir Pires, de 79 anos, comandará as três Forças Armadas. O nome dele no cargo foi confirmado pelo porta-voz da Presidência da República, André Singer. O até hoje controlador geral da República, Waldir Pires, foi escolhido ainda na noite de ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para chefiar a Defesa. Lula pensou, num primeiro momento, em nomear interinamente o comandante do Exército, general Francisco Albuquerque, para o cargo. Mas a suposta decisão do general de atrasar um vôo comercial da TAM, na Quarta-feira de Cinzas, e o temor de possíveis críticas de setores da área de direitos humanos levaram o presidente a desistir da nomeação de Albuquerque. No site da Controladoria-Geral da União, a biografia de Waldir Pires é clara quanto à visão do novo ministro da Defesa sobre o movimento de 1964. "(Pires) esteve à frente da Consultoria-Geral da República até 31 de março de 1964, dia do golpe que derrubou o governo do presidente João Goulart", destaca o perfil. Com o golpe, Pires se exilou no Uruguai e depois na França. Durante o processo de redemocratização, ele atuou no movimento pelas eleições diretas e se elegeu governador da Bahia pelo PMDB, ocupando o cargo de 1987 a 1989. Os militares chamam o movimento de 1964 de "revolução".

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