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BRASILIA - O senador Delcidio Amaral (PT-MS) foi confirmado nesta terça-feira, 28, pela presidente Dilma Rousseff como novo líder do governo do Senado. O nome do parlamentar foi citado no curso das investigações da Operação Lava Jato, mas ele não foi incluído nos pedidos de inquérito do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviados em março ao Supremo Tribunal Federal.
Dilma optou pelo senador petista após ver frustradas as tentativas de manter o cargo - vago desde o início do segundo mandato - com um peemedebista. O último líder do governo na Casa foi o hoje ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga (AM), que havia sucedido a Romero Jucá (RR), ambos do PMDB. Delcídio acabou escolhido para a função por ter bom relacionamento com a bancada peemedebista no Senado.
Em delação premiada, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa afirmou ter ouvido dizer que, quando o senador era diretor de Gás e Energia da estatal, entre 2000 e 2002 (gestão Fernando Henrique Cardoso), Delcídio teria recebido valores supostamente ilícitos da empresa francesa Alstom. O parlamentar nega as acusações.
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Em parecer enviado ao STF em março, Janot considerou como "muito vagas" as declarações de Costa e recomendou não dar prosseguimento a uma investigação formal contra o petista. O ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo, concordou com a posição do Ministério Público de arquivar as apurações contra Delcídio.
Alvo de inquérito da Lava Jato no Supremo, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), criticou Janot por não ter incluído o petista na lista de investigados.
Em março de 2014, logo após a deflagração da operação da PF, Delcídio e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), envolveram-se numa troca de acusações pública sobre a indicação do ex-diretor da Área Internacional Nestor Cerveró, atualmente preso.
Em tom de ironia, Renan disse que Delcídio não indicou Cerveró para "roubar a Petrobrás". Delcídio rebateu o peemedebista, atribuindo a ele o apadrinhamento de Cerveró.
O ex-diretor está no centro da polêmica em torno da compra da refinaria de Pasadena (EUA). Foi ele o responsável pelo parecer considerado pela presidente Dilma Rousseff tecnicamente falho, em nota enviada ao Estado.
O Tribunal de Contas da União apontou um prejuízo de U$S 792 milhões na compra da refinaria, mas não incluiu Dilma, presidente do conselho de administração da estatal na época da operação, entre as responsáveis pela transação.