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Novo diretor da Abin será dos quadros da agência, diz ministro do GSI

Wilson Roberto Trezza pediu para sair do cargo que ocupa há oito anos; General Sérgio Etchegoyen escolherá nome para diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência

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Por Tania Monteiro
Atualização:

Brasília - O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sérgio Etchegoyen, anunciou nesta terça-feira, 17, que vai buscar, nos quadros da própria Agência Brasileira de Inteligência (Abin), um substituto para Wilson Roberto Trezza, que já comunicou o desejo de deixar o cargo de diretor-geral. O novo nome será apresentado ao presidente em exercício, Michel Temer.

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Etchegoyen disse ao Estado que Trezza participará do processo de escolha de busca de nomes dos quadros da agência para o seu lugar. Mas essa discussão ainda não começou. No corredores da Abin, no entanto, um nome já começou a circular como cotado: é Luiz Alberto Sallaberry, atual diretor de contraterrorismo da agência.

Como meta para a agência, o ministro Etchegoyen informou que “quer consolidar a posição da Abin como órgão central do Sistema Brasileiro de Inteligência, o Sisbin” e citou a importância do órgão, na organização das olimpíadas. “A Abin terá papel fundamental”, comentou ele, ao lembrar que “a legislação prevê três eixos de atuação (nas olimpíadas): defesa, segurança pública e inteligência. E a Abin será o principal órgão da inteligência exatamente por ser a protagonista do eixo de inteligência”.

Wilson Roberto Trezza, ex-diretor geral da Abin Foto: Foto: JOSÉ CRUZ| Agência Senado

O ministro citou ainda que Abin “está trabalhando em cooperação com outras agência internacionais, em mais de 80 países, além dos outros órgãos de inteligência federal e dos estados”, na preparação dos jogos.

Ao assumir o Planalto, Temer decidiu recriar o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), extinto pela presidente afastada Dilma Rousseff, quando assumiu seu segundo mandato. Com isso, decidiu levar de volta a Abin para o GSI e retirá-lo da Secretaria de Governo, onde ficou por pouco mais de um ano. A decisão desagradou os oficiais de inteligência, que reclamam da agência ficar subordinada a um militar.

Trezza, embora tenha conversado com Temer antes de ele assumir a presidência interinamente, não foi consultado sobre a mudança. Para Trezza, o importante é que a Abin seja ligada diretamente ao presidente da República, já que é a ele que a agência assessora. Só que esta hipótese foi descartada por Temer.

O novo ministro defendeu a tese de que a agência fique no GSI. Segundo Etchegoyen, “o presidente criou um gabinete de segurança institucional e o lugar mais adequado para a Abin estar é naquele que tem esta missão de assessoramento do presidente na segurança institucional”.

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Há uns 15 dias, Trezza esteve com Temer, no Palácio do Jaburu, em segredo, quando defendeu a subordinação da Agência diretamente ao gabinete presidencial, sem intermediários. Temer, que discordou da proposta, resolveu devolver a Abin ao GSI.

Nesta terça-feira, ele aguardava uma oportunidade de ter uma nova conversa com o agora presidente em exercício, mesmo já tendo apresentado sua carta de demissão a Etchegoyen e comunicado sua saída aos seus subordinados, na semana passada. A saída dele não será rápida porque a sua substituição depende de aprovação pelo Congresso.

Mas, tão logo um funcionário da Abin seja escolhido para o seu lugar e o nome aprovado por Temer, ele será encaminhado para aprovação dos parlamentares. Se houver demora, ele poderá permanecer no cargo até as olimpíadas, mas o governo pretende apressar a nomeação.