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Novo cálculo de relator do mensalão pode elevar pena de Valério a 47 anos

Antes do recesso de 12 dias, ministros haviam acordado sobre pena de 40 anos ao publicitário

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Por Redação
Atualização:

BRASÍLIA - Em sessão com novos atritos entre ministros do STF, a Corte retomou nesta quarta-feira, 7, a análise das penas dos 25 réus condenados na ação penal do chamado mensalão com uma nova planilha organizada pelo relator, Joaquim Barbosa, que sugere a elevação da pena do empresário Marcos Valério a 47 anos de prisão. O principal operador do esquema de compra de apoio parlamentar no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia recebido pena de 40 anos de prisão, que passaria para mais de 47 anos de reclusão com a nova planilha de Barbosa, de acordo com outros ministros que receberam o documento. Antes do recesso de 12 dias no julgamento, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) concordaram com a condenação de Marcos Valério a 40 anos de prisão. Isso ainda pode ser revisto caso os ministros reconheçam que há continuidade delitiva, isto é, que os crimes aos quais Valério foi condenado estão ligados - e que acarretaria em uma diminuição final da pena. A nova tabela do relator estabelece pena final ao empresário de 47 anos e dois meses de reclusão, além de mais de 1.500 dias-multa. A defesa de penas altas por parte do relator fez o ministro Marco Aurélio Mello reagir, argumentando que as penas mínimas não estavam sendo respeitadas. Barbosa reagiu sorrindo, o que irritou o colega. "Não sorria, ministro, que a coisa é muito séria. O deboche não calha... Escute para depois retrucar", disse Marco Aurélio. Barbosa revidou: "Eu sorrio quando bem assim o deliberar". O ministro Marco Aurélio, por sua vez, rebateu: "Não admito que suponha que todos são salafrários e só vossa excelência seja vestal." As divergências sobre os critérios de cálculo das penas, a dosimetria, levaram os ministros a novas trocas de farpas. Barbosa e o revisor, Ricardo Lewandowski, voltaram a discutir. "Ministro, não crie frases de efeito...Nós estamos num julgamento sério", disse o revisor. Até o a metade da tarde desta quarta-feira, os ministros não haviam concluído a apresentação da pena do segundo dos 25 réus, Ramon Hollerbach, sócio de Marcos Valério.

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