Nove meses após escândalo, CGU lança cartilha sobre uso de cartões

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Por Vannildo Mendes e BRASÍLIA
Atualização:

Passados nove meses do estouro do escândalo dos cartões corporativos, que derrubou a então ministra da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, a Controladoria-Geral da União (CGU) lançou ontem cartilha orientando servidores públicos sobre a forma correta de efetuar gastos emergenciais do governo. A cartilha responde a 40 perguntas básicas sobre o uso dos cartões e detalha toda a legislação sobre o tema, que proíbe, exceto ministros de Estado, utilizar o cartão para pagar hospedagem. Segundo o controlador-geral da União, ministro Jorge Hage, o manual atende a uma recomendação do relatório da CPI dos Cartões, criada pelo Congresso após a revelação das irregularidades, em reportagem publicada pelo Estado em janeiro. Ele disse que as medidas adotadas pela CGU, como publicidade desse gasto no Portal da Transparência, produziram "excelentes resultados": mais rigor no uso do cartão e "visível" redução de despesas desse tipo. Os cartões começaram a ser usados em 2002, ainda no governo Fernando Henrique Cardoso, com o objetivo de desburocratizar e dar transparência às despesas emergenciais. Com o tempo a prática virou rotina e fonte de irregularidades. Os cartões foram usados até na compra de tapioca em lanchonete, urso de pelúcia em loja de brinquedos, presente em camelô e diárias no Copacabana Palace. DADOS Em 2007, a União gastou R$ 99,5 milhões em contas tipo B e R$ 78 milhões com cartão corporativo. Do total, R$ 58,7 milhões foram sacados em dinheiro. "Embora fosse previsto como exceção, o saque era usado como regra", constatou o controlador-geral.

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