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Nova prefeita de Campinas faz discurso emocionado

Por Agencia Estado
Atualização:

O discurso da vice-prefeita Izalene Diene (PT), empossada hoje como titular em Campinas, foi um desabafo emocionado. Na Câmara Municipal com galeria, o plenário, corredores e escadarias completamente lotados, ela teve que interromper o discurso vários vezes para conter o choro ou ouvir os gritos de saudações ao prefeito Antônio Costa Santos (PT), assassinado ontem, e os gritos com pedidos de justiça. "Todos os que estão aqui são testemunhas de que não foi isso que combinei com o Toninho", disse Izalene Diene. "Que cidade é essa? Uma cidade que mata até o seu prefeito? Que sociedade estamos construindo? Não dá para viver mais com tal grau de diferença social e de concentração de renda". A prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), que participou da cerimônia de posse, secundou o discurso de Izalene. "A violência cresce no Brasil inteiro. O Brasil está na miséria", disse Marta. As duas prefeitas afirmaram que vão cobrar das autoridades da área de segurança - "até o fim", como disse Marta - a apuração do assassinato de Costa Santos. "É a morte de uma liderança. Para o PT é a perda de um quadro excepcional", afirmou Marta. O deputado federal José Genoíno (PT-SP) não descartou que a morte do prefeito de Campinas, Antonio da Costa Santos, o Toninho do PT, tenha sido um crime político. "Temos de contemplar todas as possibilidades, avaliar cada detalhe", afirmou. Genoíno afirmou também que o crime pode ter sido uma retaliação de traficantes que atuam na periferia da cidade. "O Toninho tinha programas sociais que estavam incomodando os traficantes. Havia muita tensão em alguns bairros da cidade", disse Genoíno, que acrescentou: "No ano passado, durante a campanha eleitoral, dois comícios de Toninho chegaram a ser suspensos em bairros da periferia."

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