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Nova central cresce e incomoda Lula

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Por AE
Atualização:

Os gritos de "fora daqui" e a expulsão do ministro da Educação, Fernando Haddad, de um congresso do setor há duas semanas, em Brasília, chamaram a atenção para um movimento ruidoso e cada vez mais organizado de oposição ao governo Lula: a Coordenação Nacional de Lutas, Conlutas, central ligada ao PSTU que reúne movimentos sindicais e sociais. Ofuscado no cenário político pela criação do PSOL, o PSTU tem intensificado as filiações à Conlutas e começa a reunir, mesmo extra-oficialmente, sindicatos de funcionários públicos, especialmente de áreas sensíveis no governo Lula, como educação, saúde e seguridade social. Entre os principais filiados está o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes). Além do PSTU, estão na Conlutas ex-petistas que não se filiaram a outras legendas e alguns militantes do PSOL, embora o partido esteja mais próximo de outra nova central, a Intersindical. Fundada em 2004, a Conlutas foi a primeira das cinco novas centrais que surgiram nos últimos quatro anos, seja por motivos políticos - para fortalecer a oposição a Lula -, seja por motivos práticos e de fisiologia sindical - para cumprir exigências da futura lei que regulamentará essas agremiações. Como a maioria, a Conlutas é dissidência da Central Única dos Trabalhadores (CUT), ligada ao PT, a central mais próxima do governo Lula. "A CUT já tinha se afastado de suas origens na década de 90 e, com a eleição de Lula, se transportou para a base de sustentação do governo. Deixou de cumprir a tarefa de defender os interesses dos trabalhadores e continuou com o neoliberalismo de Fernando Henrique", ataca José Maria de Almeida, coordenador da central. Eterno candidato do PSTU à Presidência, José Maria participou da fundação da CUT em 1983. "O governo retirou direitos do funcionalismo na reforma da Previdência. A CUT ficou a favor do governo, criticou a greve do funcionalismo, sabotou a luta dos trabalhadores", reforça outro coordenador, José Geraldo Corrêa Júnior, um dos líderes do protesto que expulsou Haddad do 30º Congresso da Confederação Nacional de Trabalhadores em Educação (CNTE). A direção da CNTE, ligada à CUT, aprovou uma moção de repúdio à expulsão. "Foi equívoco do PT convidar o ministro. Achamos que patrão não tem que ir a congresso de trabalhador. O ministro apareceu em meio aos debates. O regimento não permite pessoas de fora do congresso nos debates", justifica José Geraldo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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