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‘Nós não podemos subestimar o Serra’, diz Rui Falcão

Presidente nacional do PT acredita que apesar de 'fragmentado', PSDB vai somar forças para disputa eleitoral de 2012

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Por Redação
Atualização:

BRASÍLIA - Um dia depois de a senadora Marta Suplicy (PT-SP) dizer que quer revanche contra José Serra (PSDB) na disputa pela Prefeitura de São Paulo, o novo presidente do PT, Rui Falcão, afirmou que o ex-governador é um nome forte para a eleição do ano que vem. "Serra é um candidato que não se pode subestimar", disse Falcão. Para ele, o PSDB, apesar de "fragmentado", vai aglutinar forças para a disputa de 2012.

 

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Primeiro secretário da Assembleia paulista, Falcão disse que as prévias no PT para a escolha de candidatos devem sofrer mudanças, mas não serão extintas. Em São Paulo, o partido quer distância de prévias e terá candidato próprio à sucessão do prefeito Gilberto Kassab.

 

"Devemos estabelecer parâmetros para os debates, para evitar que muitas vezes descambem para o plano pessoal", comentou Falcão. Para ele, a refiliação do ex-tesoureiro Delúbio Soares não significou anistia, mas "simplesmente" a constatação de que ele se comportou bem depois de ter sido expulso.

 

Falcão não quis entrar em nova polêmica ao ser questionado sobre a possibilidade de Silvio Pereira, ex-secretário-geral do PT, também pedir reintegração. "É uma decisão que cabe a ele, não depende de mim. Ele não foi expulso. Ele se desfiliou. Quem se desfilia pode se filiar quando bem entender", disse. Sempre contido, o deputado abriu um sorriso quando perguntado se ficará à sombra do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no comando do PT. "Para mim, é uma felicidade contar com sombra dessa copa tão frondosa me protegendo", brincou.

 

O sr. votou a favor do retorno do ex-tesoureiro Delúbio Soares ao PT. Por que reintegrar nesse momento o pivô do escândalo do mensalão, acusado de gestão temerária no partido?Delúbio apresentou seu pedido de filiação e o diretório, por ampla maioria, a concedeu. Essa decisão não significou nem anistia nem reconhecimento de que a decisão anterior fora equivocada. Simplesmente se fez uma avaliação de que, nesses seis anos, não havendo punição perpétua no PT, o comportamento dele permitia que se filiasse.

 

Mesmo no PT há quem considere a volta de Delúbio como um tiro no pé para a imagem do partido. Além disso, pode até mesmo contaminar o julgamento dos réus do mensalão pelo STF. Como o sr. se posiciona a esse respeito?Eu entendo que os ministros do STF vão julgar conforme os autos. Acho que isso não tem influência nem positiva nem negativa no julgamento no STF.

 

O sr também é favorável à volta do ex-secretário-geral do PT Sílvio Pereira?É uma decisão que cabe a ele, não depende de mim. Ele não foi expulso. Ele se desfiliou. Quem se desfilia pode se filiar quando bem entender. Não me cabe emitir opinião.

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O sr foi secretário municipal de Governo de Marta Suplicy, hoje senadora. Vai defender a candidatura dela à Prefeitura?Marta é um dos grandes nomes que o partido, em São Paulo, examina. Tem outro nome também muito forte que é o do ministro Aloizio Mercadante.

 

Mas o ex-presidente Lula disse que é preciso um nome novo na capital paulista para disputar contra o PSDB. Ele quer um PT de cara nova... É por isso que eu não quero manifestar preferência. Há nomes que se encaixam nesse perfil. Temos os deputados Jilmar Tatto e Carlos Zarattini e o ministro Fernando Haddad tem sido muito mencionado. A ideia do Diretório Municipal é chegar a uma candidatura neste ano.

 

Há uma proposta para acabar com as prévias no PT ou restringi-las ao máximo. O que o sr. pensa sobre isso?Vamos regulamentar melhor as prévias no PT. Quem sabe, por exemplo, elevar as exigências de assinaturas para a apresentação de candidaturas. Devemos estabelecer parâmetros para os debates, para evitar que descambem para o plano pessoal.

 

Lula está fazendo várias articulações no PT. O sr vai comandar o partido à sombra dele?É uma felicidade poder contar com a sombra dessa copa tão frondosa me protegendo.

 

No cenário traçado pelo PT, quem será o maior adversário do partido na eleição para a Prefeitura de São Paulo em 2012? Serra?Se ele for candidato, será sempre um candidato forte pelo recall que tem, pela expressão de votos que obteve em várias eleições. Serra é um candidato que não se pode subestimar. E o PSDB, apesar de fragmentado, vai aglutinar outros setores.

 

O sr tem dúvidas sobre a candidatura dele no ano que vem?Ele tem encarado isso como proposta de inimigo.

 

O PT está insatisfeito com a composição do segundo escalão do governo Dilma e acha que está sub-representado, apesar de manter 17 ministérios. Como conter esse descontentamento?Eu acho que o PT está bem representado. A montagem do segundo escalão demanda conversa e paciência, principalmente quando o governo é de coalizão. Quero construir uma interlocução com a presidenta e com o núcleo do governo para debater política.

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A alta da inflação e a política econômica do governo Dilma também preocupam o partido... O Diretório Nacional considerou correta a orientação que o governo vem dando tanto à política econômica como ao combate à inflação, que tem sido feito sem sacrificar programas fundamentais do nosso governo. Diferentemente de outros governos, no nosso o combate à inflação não se faz com recessão.

 

Mas os juros continuam altos. Não tanto quanto chegaram no governo Fernando Henrique.

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