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Nos bastidores, briga entre grupos petistas

Planalto acusa Chinaglia, que perdeu poder no partido, de não o defender

Por Denise Madueño e Brasília
Atualização:

As discussões sobre a imposição de limites para a edição de medidas provisórias na Câmara reflete uma briga de bastidores no partido do presidente Lula. De um lado está o grupo majoritário na Executiva do PT, presidida pelo deputado Ricardo Berzoini (SP), mais próximo a Lula. De outro, o grupo de que faz parte o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (SP), cujo poder foi reduzido com a derrota da chapa do deputado Jilmar Tatto (SP) na eleição para a Executiva Nacional, este ano. As reclamações no Planalto são de que Chinaglia não defende o governo como deveria. O fato de o presidente da Câmara ser um dos principais patrocinadores da proposta de limitar as MPs piorou a relação entre os dois grupos. Ele foi um dos primeiros a defender publicamente o fim do trancamento de pauta, o ponto que o governo tem o maior interesse em preservar. Chinaglia se defende lembrando que a proposta de mudar as regras para a edição de MPs era o primeiro item de seu plano de trabalho na disputa pela presidência da Câmara. De resto, evita tratar do assunto. Em entrevistas, repete que não vai responder a "fantasmas", referindo-se a petistas ou integrantes do Planalto que o criticam, mas pedem anonimato. Também diz que nas conversas com Lula nunca ouviu reclamações sobre sua atuação no comando da Câmara. COMISSÃO Nos bastidores a disputa esquenta. Chinaglia escolheu para presidir a comissão especial que está discutindo as mudanças nas MPs o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), de seu grupo político. Essa indicação foi vista com restrições pelo grupo petista adversário. O mal-estar entre os grupos vem desde a eleição de Chinaglia para a presidência da Câmara. O petista não teve apoio imediato de Lula nem tem trânsito livre com ele. Esvaziado, o grupo é acusado de criar dificuldades para se fortalecer nas negociações com o Planalto.

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