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Nome ligado a Serra e Alckmin comandará diretório do PSDB

De olho em 2008, tucanos optaram por um candidato de conciliação na convenção municipal de São Paulo

Por Roldão Arruda
Atualização:

Em São Paulo, o PSDB mostrou ontem que deseja evitar a qualquer preço disputas internas que prejudiquem o partido na corrida eleitoral de 2008. Numa eleição com chapa única, o tucanato elegeu seu novo Diretório Municipal, com 71 integrantes, e definiu o nome do presidente da diretoria executiva: será José Henrique Reis Lobo. Secretário de Relações Institucionais no governo de José Serra e amigo do ex-governador Geraldo Alckmin, ele foi escolhido porque teria condições de apaziguar e unir as alas do partido representadas pelos dois caciques. Os tucanos não conseguiram, porém, definir os outros oito integrantes da executiva e adiaram a decisão para quinta-feira. "Vamos escolher os nomes que possam garantir maior unidade", disse o deputado Julio Semeghini, representante da Câmara dos Deputados no novo diretório. Até a semana passada a eleição foi marcada por pesado clima de disputa, com dois vereadores pleiteando a presidência da executiva. Houve até pedido de suspensão do pleito na Justiça Eleitoral. De um lado estava Gilberto Natalini, aliado do governador Serra - sobre quem pesa a suspeita de simpatizar mais com o nome de Gilberto Kassab (DEM) para 2008, do que com o nome de Alckmin. Do outro, figurava Tião Farias, atual presidente do diretório, alinhado com Alckmin. O nome de Lobo surgiu como um tertius a partir de costuras políticas feitas diretamente por Serra e Alckmin. Acabou consolidado na quinta-feira, quando os dois vereadores desistiram da presidência da executiva - cargo importante nas definições de 2008. Entre as 9 horas e as 15 horas de ontem, os convencionais votaram para dizer se concordavam ou não com a chapa Compromisso com Ética - a única que se apresentou. A maioria - 66% de 911 votantes - aprovou. Depois, os eleitos reuniram-se para nomear a executiva. Foi quando surgiu o impasse: confirmaram Lobo, mas não se acertaram sobre os outros nomes. Ao chegar à Câmara Municipal para votar, às 13 horas, Alckmin foi aclamado pelos convencionais como futuro prefeito. Reagiu com cautela: "Ainda estamos a caminho - essa decisão será tomada em 2008". Indagado sobre declarações do prefeito Kassab, segundo o qual caberá a Serra a definição do candidato, Alckmin reconheceu que o governador terá papel preponderante. E acrescentou: "No que depender de mim, defendo alianças em torno de projetos para servir à população." Serra, que chegou mais tarde, desmentiu tensões internas entre serristas e alckmistas, afirmando que se trata de "folclore, fantasia completa". Quanto à eleição de 2008, preferiu não mencionar nomes: "Vamos deixar isso para o ano que vem. Vamos examinar o partido, as pessoas e tudo o mais." Na reunião do diretório após a eleição, vários oradores insistiram no nome de Alckmin "A tarefa mais importante do ano que vem é fazer o Alckmin prefeito", disse Tião Farias, ao se despedir da executiva. "Vamos sair daqui fortalecendo Alckmin como candidato a prefeito e Serra para a Presidência", confirmou o deputado federal Edson Aparecido. Para o presidente interino do diretório estadual, Antonio Carlos de Mendes Thame, a eleição de ontem confirmou o desejo do partido pela unidade.

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