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No Senado, grupo já prevê punição e cobra afastamento

Parlamentares de sete partidos discutem caso Renan e lançam movimento para resgatar credibilidade da Casa

Por Cida Fontes e Rosa Costa
Atualização:

Em busca de uma saída para a crise provocada pela insistência do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), em continuar no cargo, sete senadores de diferentes partidos, incluindo o PMDB, iniciaram ontem um movimento para recuperar a credibilidade da Casa. Eles acreditam que a solução passa pelo afastamento de Renan do cargo o quanto antes e dão como certo que não há chance de o plenário absolvê-lo. "Temos de reconhecer que a nossa crise é mais profunda que o problema imediato atravessado pelo Senado diante das denúncias envolvendo seu presidente", afirmou ontem Cristovam Buarque (PDT-DF) da tribuna, sintetizando os motivos que o levaram a articular um encontro em sua casa terça-feira à noite. Participaram dele Sérgio Guerra (PE) e Tasso Jereissati (CE), do PSDB, José Agripino (RN) e Heráclito Fortes (PI), do DEM, Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e Delcídio Amaral (PT-MS). O resultado ficou evidente no discurso de Cristovam. "É impossível continuar nesta crise de confiança que o Senado atravessa com a opinião pública", disse. "Ou tomamos medidas, iniciando um programa imediato que permita recuperar a confiança da sociedade ou corremos o risco de nós, parlamentares, sermos repudiados nas ruas." O grupo avaliou que se absolver Renan politicamente o Senado será condenado pela opinião pública. "O governo precisa saber que haverá uma rebelião no plenário, levando a Casa à ingovernabilidade, se resistir à pressão das ruas", comentou um dos presentes ao encontro. Os senadores pensaram em fazer um documento mostrando que a situação de Renan é insustentável e pedindo seu afastamento. A idéia foi provisoriamente abandonada, mas permanece a intenção de agregar colegas ao movimento de pressão. A estratégia de Renan, segundo aliados, é levar o processo para o plenário o mais rapidamente possível, pois está confiante de que será absolvido, já que a votação é secreta. Mas no PT ele vem perdendo apoio, o que torna sua situação ainda mais delicada.

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