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No Nordeste, Alckmin promete ampliar Bolsa Família

O candidato tucano tenta conquistar votos na região em que o presidente Lula é popular

Por Agencia Estado
Atualização:

Na tentativa de conquistar popularidade no Nordeste e, assim, fazer frente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu principal adversário nas eleições, o pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, adotou hoje, em Natal (RN), uma nova estratégia: mostrar que o principal programa social do governo do PT, o Bolsa Família, nada mais é do que uma recriação de políticas implementadas na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Aos nordestinos, principais beneficiados com o Bolsa Família de Lula, Alckmin assegurou que o programa será não apenas mantido, mas ampliado, caso seja eleito presidente em outubro próximo. "Vou manter e ampliar o Bolsa Família, que na verdade é a unificação dos programas Bolsa Escola, Bolsa Alimentação, Vale Gás e Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PET), todos criados no governo do Fernando Henrique", afirmou repetidas vezes durante maratona de compromissos públicos na capital do Estado. "Mas não é só isso. Temos também que acelerar emprego, renda e trabalho", prosseguiu, demonstrando "surpresa" com a falta de investimentos do governo do nordestino Lula em Natal. "Me sinto estimulado porque há muita coisa a fazer na área federal. O débito aqui do governo Lula é enorme." Ao lado do líder do PFL no Senado, Agripino Maia (RN), um dos cotados para assumir a vaga de vice em sua chapa, Alckmin voltou a endurecer o discurso contra o governo do PT. Bateu duro não apenas na questão da ética, pegando carona no escândalo do mensalão e da violação do sigilo do caseiro Francenildo dos Santos Costa, o Nildo, como também respondendo às recentes críticas de Lula ao governo do tucano em São Paulo. O PT de Lula tem procurado enfatizar as deficiências da administração de Alckmin, sobretudo na área da segurança pública. Falando para uma platéia de 300 empresários, no terceiro compromisso do dia em Natal, Alckmin disse que o governo federal é "omisso" e "abandonou a segurança pública" no País. "A legislação é federal. O controle de armas é uma vergonha. Não tem polícia de fronteira e, em São Paulo, a gente apreende uma arma de contrabando a cada 14 minutos", discursou. "Prioridade sem recurso é discurso", completou ele, arrancando aplausos. Depois, ao participar do quarto compromisso do dia - de um total de 11 eventos - , desta vez visita à sede estadual do PFL, Alckmin bateu no governo pegando como gancho a crise política. Para ele, o raciocínio da gestão Lula pode ser resumido assim: "Quem puder, eu vou cooptar. Quem não puder, eu vou desidratar." E emendou: "Nós vimos bem os métodos." ´CPI do Lula´ Alckmin se mostrou favorável à criação da ´CPI do Lula´ para investigar o comprometimento do presidente nas denúncias de corrupção. O ex-governador, porém, descartou apoio a um eventual processo de impeachment. "Investigar não tem nenhum problema. Eu não dou prioridade a essa questão do impeachment porque ao invés de buscar a verdade, de fazer justiça, acaba virando luta política. Para mim, isso (impeachment) não é questão prioritária até porque estamos a meses da eleição." PFL Durante a agenda que cumpriu ontem em Natal Alckmin reconheceu, após visita aos pefelistas do Rio Grande do Norte, que a aliança entre PFL e PSDB tem provocado "pequeno estresse" em alguns Estados. Citou Maranhão, Sergipe, Bahia e Goiás. "Na maioria estamos conseguindo reproduzir a aliança nacional e em alguns Estados estamos buscando entendimento. Política é conversa."N

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