No Guarujá, Lula deixa irmão esperando em vão

Após 6 horas de espera, Germano Inácio da Silva cobrou consideração do presidente

Por Agencia Estado
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Após seis horas de espera na portaria do Forte dos Andradas, no Guarujá, Germano Inácio da Silva cobrou a falta de consideração do irmão Luiz Inácio Lula da Silva e prometeu fazer campana até obter uma resposta se será recebido ou não pelo presidente. "Antes de ser presidente, ele é meu irmão, tem que ter consideração disso. Ele não pode destratar um parente como ele trata os puxa-saco (sic) dele", disse Germano, irritado. Germano é irmão caçula do presidente Lula por parte de pai, Aristides Inácio da Silva. Segundo Germano, que tentou se encontrar com o irmão no forte na última sexta-feira e no domingo, sua mãe era prima da mãe de Lula e teve outros sete filhos com Aristides. Nesta quarta-feira, Germano, de 41 anos, chegou ao Forte dos Andradas com o filho de dez anos, Nathan, às 13h15, disposto a rever o irmão ilustre e cobrar uma promessa feita por Lula a ele em 1995, que teria sido reafirmada em uma conversa após um comício realizado na Baixada Santista em setembro do ano passado. "Ele falou pra mim, após as eleições íamos conversar, e eu estou aqui insistindo para conversar com ele", disse Germano, ainda sorridente no início da tarde, logo após ser informado por um capitão do Exército que seria recebido em quarenta minutos. "Vamos ver se ele vai se lembrar dessas promessas e se me ajuda. Tenho certeza de que de hoje em diante vai melhorar a situação." Promessas O irmão caçula de Lula revelou que entre as promessas acordadas estaria um emprego para ele e os outros irmãos. Disse ainda que se sentia envergonhado entre os conhecidos, que não compreendiam como um irmão de Lula pode viver com um emprego que paga pouco, mais de mil reais por mês. Germano trabalha em uma empresa que presta serviços à Petrobrás. Paciente, Germano aguardou por toda tarde desta quarta-feira ser chamado para o encontro no hotel de oficiais onde Lula está hospedado. Às 19h20 deixou a frente do corpo de guarda - a segunda guarita do batalhão, onde os militares fazem o controle final de quem entra ou não na praia de Monduba, onde está o presidente. Ele reiterou que só deixaria o local após o encontro ou após um anúncio oficial de que não seria recebido. Às 19h50, ele voltou à espera.

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