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No Grito dos Excluídos, Haddad defende campanha milionária

Coordenador da Central dos Movimentos Populares e organizador do evento negou que apoie campanha do petista

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Por Redação
Atualização:

O candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, participou na manhã desta sexta-feira, 7, do Grito dos Excluídos, que reuniu cerca de dois mil integrantes de movimentos sociais em uma marcha da Praça Oswaldo Cruz, na Avenida Paulista, até o Monumento às Bandeiras, no Parque do Ibirapuera.

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O evento é realizado há 18 anos, sempre no dia 7 de setembro, e nesta edição pediu a apuração de incêndios ocorridos em favelas paulistanas desde janeiro, denunciou abusos de guardas da GCM contra moradores de rua, cobrou políticas de moradia e educação, entre outros temas.

Apesar de Haddad ter sido o único candidato presente à marcha e recebido elogios ao microfone de lideranças do movimento, o coordenador da Central dos Movimentos Populares (CMP) e organizador do evento, Raimundo Bonfim, 48 anos, negou que sua entidade apoie o petista. Segundo ele, nenhum candidato foi convidado à marcha e Haddad compareceu por iniciativa própria. No entanto, Bonfim reconhece que, no segundo turno, a CMP poderá apoiar um dos postulantes à Prefeitura, a depender do contexto político.

Nesta sexta, feriado da Independência, Haddad trocou os trajes sociais que costuma usar por um tênis branco, calça branca com listras azuis e camiseta polo azul. Ele estava acompanhado de sua mulher, Ana Estela, e da candidata a vice, Nádia Campeão (PC do B).

Campanha milionária. De acordo com a segunda prestação parcial de contas deste pleito, divulgada na quinta-feira, 6, pela Justiça Eleitoral, Haddad comanda a campanha mais cara do Brasil: declarou gastos de R$ 16,5 milhões, onze vezes mais do que o líder nas pesquisas, Celso Russomanno (PRB), declarou ter gasto.

Questionado, Haddad disse que seu partido continuará investindo "muito" na sua candidatura, "sempre atendendo à legislação eleitoral, com toda a transparência, sem esconder nada de ninguém". "Entendemos que São Paulo merece uma campanha de alto nível e tudo que nós pudermos fazer para levar as nossas propostas ao conhecimento da população, nós faremos", afirmou.

Até o momento, a campanha de Haddad declarou ter arrecadado cerca de R$ 10 milhões, dos quais aproximadamente 90% vieram de doações ocultas, repassadas pelos diretórios do PT. Essa triangulação dificulta a identificação dos doadores, mas é permitida pela lei e utilizada amplamente pelos candidatos, que atendem a pedido dos financiadores que não desejam ser vinculados diretamente às candidaturas.

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Durante a marcha, integrantes do Núcleo do PT de Vila Buarque distribuíram folhetos contra o financiamento dos políticos por empresas e em defesa do financiamento público exclusivo. O panfleto resumia: "Eleição + barata = governo + democrático + limpo + leve".

Bonfim, coordenador do CMP, também afirmou que sua entidade defende o financiamento público exclusivo de campanhas, pois entende que esse modelo "democratiza" a disputa eleitoral e deixa o agente político "mais imune" aos interesses de grandes grupos econômicos.

Haddad costuma fazer críticas ao financiamento privado de campanhas e defende o financiamento público exclusivo. "(Mas) enquanto a regra for essa, temos a Justiça Eleitoral para fiscalizar."

"Farpas". O petista disse que Serra e Russomanno deveriam pedir desculpas um ao outro pela troca de farpas na quinta-feira, que envolveu também o prefeito Gilberto Kassab (PSD).

Russomanno reagiu às críticas de Kassab ao seu program de segurança pública, dizendo que o prefeito deveria "enfiar o rabo entre as pernas". Logo em seguida, Serra saiu em defesa de Kassab e questionou: "E o que é que ele (Russomanno) vai fazer com o rabo dele?".

"Acho que um pedido de desculpas (recíproco) seria o mais correto neste momento, o paulistano está em busca de soluções para seus problemas, e não de uma troca de farpas desnecessária", afirmou Haddad.

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