No exterior, Doria evitar falar sobre eleições de 2022

Em Londres, governador de São Paulo se reuniu com empresários e afirmou que agenda internacional 'não era de um chefe de Estado'

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Foto do author Célia Froufe
Por Célia Froufe (Broadcast) e correspondente da Agência Estado
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LONDRES - Com uma agenda cheia na Inglaterra de segunda até quinta-feira e com outras viagens internacionais já marcadas, o governador de São Paulo,João Doria, quer evitar a ligação de seu nome a uma possível candidatura à Presidência da República neste momento. Mesmo com apelos de assessores para que os jornalistas em Londres não abordassem o tema, o questionamento sobre se a postura do tucano não seria a de um chefe de Estado foi inevitável. "Não [é uma agenda de um chefe de Estado]. É a agenda de um governador de um Estado importante como São Paulo", respondeu. 

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Mais cedo, Doria se encontrou com potenciais investidores britânicos no Brasil e à tarde se encontrou com representantes da CoreThree, uma empresa de desenvolvimento tecnológico que oferece serviços de pagamento pelo celular para transporte público, e da Transport for London (TfL), responsável pelo transporte público da região metropolitana de Londres.

"São Paulo não ficou esperando a reforma da Previdência", argumentou, após ter citado que a aprovação colocará o Brasil em outro patamar sob o ponto de vista internacional. Ele também concederá uma entrevista ao jornal de economia Financial Times.

A investidores, Doria disse que a reforma da Previdência será uma 'mudança de paradigma para o País' Foto: Ernesto Rodrigues / Estadão

Outras viagens

No dia 2, Doria viajará para a China, onde abrirá um escritório de fomento para investimentos no Estado, no dia 9. De acordo com ele, o presidente Jair Bolsonaro deverá estar presente ao evento. Os dois mostram visões antagônicas em relação à abordagem com o país asiático, mas procuraram mostrar linhas similares sobre os demais pontos.

No seu primeiro mês de mandato, durante participação no Fórum Econômico de Davos, na Suíça, o recém-empossado presidente disse a uma plateia de investidores durante um evento fechado que Doria seria o futuro presidente do País. Sobre seus 23 encontros bilaterais em Davos, o governador contou hoje que 17 investidores já estiveram no Brasil, dos quais seis "geraram negócios concretos para São Paulo". Também está prevista uma viagem ao Japão em setembro, onde deve lançar o primeiro veículo híbrido triflex produzido no mundo com tecnologia desenvolvida também em Sumaré, interior de São Paulo, com técnicos do Brasil e da Toyota. O Toyota Corola Flex, com motores movidos a etanol, eletricidade e combustível fóssil, estará no mercado a partir de outubro e chegará ao Brasil no ano que vem.

Durante sua conversa com jornalistas em Londres, ele também elogiou o empenho do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em relação ao andamento da reforma da Previdência no Congresso e buscou sempre citar Bolsonaro positivamente. Em um ponto que bateu de frente com o presidente, sobre a transferência da Fórmula 1 de São Paulo para o Rio, repetiu várias vezes que respeitava sua posição, mas que não abriria mão da continuidade do evento na capital paulista.

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Quando questionado por uma jornalista britânica sobre projetos de concessão, Doria fez questão de mostrar suas credenciais e a do seu partido, o PSDB. Ele explicou que a legenda já elegeu um presidente, Fernando Henrique Cardoso, e que neste momento, se reposiciona como partido de centro que respeita posições de esquerda e direita, mas tem visão liberal de economia. "É o que prevalece em São Paulo

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