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No 3º colégio do País, PT e PSDB buscam fiéis que apoiaram Marina

No Rio, terceira colocada obteve quase 2,6 milhões de votos nas zonas mais carentes e com forte presença de igrejas

Por Wilson Tosta , Luciana Nunes Leal e RIO
Atualização:

Matéria atualizada às 12h20 do dia 14 de outubro

Pobre, evangélico, morador de subúrbios da capital ou de municípios da região metropolitana fluminense. Eis o eleitor que está na mira dos coordenadores das campanhas dos candidatos à Presidência no 2.º turno.

Milhares de eleitores com esse perfil, desenhado a partir de pesquisas, deram a Marina Silva (PSB) a segunda maior votação no Rio entre os presidenciáveis no 1.º turno, quando amealhou 2.590.871 votos - a candidata só obteve quantidade maior em São Paulo (5.761.174 votos); em Pernambuco, onde liderou a disputa, foram 2.310.700.

Este público, agora, virou alvo na disputa entre petistas e tucanos. Os dois lados traçam estratégias semelhantes para atraí-lo e vencer a "Batalha pelo Rio", campo decisivo para a disputa pelo Palácio do Planalto.

Terceiro maior colégio eleitoral do País, atrás de São Paulo e de Minas Gerais, o Rio contabilizou 9.693.862 de votos válidos no 1.º turno. Neste contexto, a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, ficou em primeiro lugar, com 2.970.486 votos (35,62%).

Na capital, porém, Dilma ficou em terceiro. Um dos motivos foi o bom desempenho de Marina em áreas pobres da cidade: 22 das 27 zonas eleitorais da capital onde candidata do PSB venceu ficam na zona oeste.

Também estão na região 29 das 43 zonas onde, mostram registros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Dilma ficou em segundo. Os dois eleitorados apresentam perfis parecidos.

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"Uma das nossas estratégias vai ser procurar lideranças evangélicas locais para conversar", afirma o coordenador da campanha de Dilma à reeleição, vice-prefeito Adilson Pires (PT). "Por exemplo, em Vila Kennedy há uma igreja católica e 150 evangélicas. Estamos marcando um café da manhã com pastores. Devem acontecer pelo menos 30 encontros com líderes religiosos nessas áreas."

A estratégia da campanha da presidente no 2.º turno focará as zonas oeste e norte da capital - e as favelas. No sábado, Dilma visitará, de manhã, São Gonçalo, segundo colégio eleitoral do Estado, com o candidato a governador Marcelo Crivella (PRB). À tarde, vai com o governador e concorrente pelo PMDB Luiz Fernando Pezão à zona oeste.

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Meta. Amigo de Marina e um dos articuladores da Rede, o deputado federal Alfredo Sirkis (PSB-RJ), engajado na campanha de Aécio no 2.º turno, diz que o eleitorado jovem da ex-ministra no Rio merece atenção especial. Sirkis lembra que esses eleitores se informam e se comunicam pela internet e são os mais propensos a optar pela neutralidade. Por isso, os tucanos vão intensificar o uso das redes sociais em favor de Aécio.

"O eleitor de classe média tende mais naturalmente a votar no Aécio, mesmo que não concorde com tudo que ele propõe e com o conjunto de alianças que fez", diz Sirkis. "O eleitorado mais popular é um segmento que se identifica com a Marina e acredito que será sensível à sinalização de Marina para Aécio."

Coordenador da campanha tucana no Rio, o presidente do PMDB-RJ, Jorge Picciani, diz que "é muito importante lembrar ao eleitor que Marina agora é Aécio, porque o Rio tem sinergia com o que ela defende". A meta dos aliados de Aécio no Rio é conseguir 80% dos votos destinados à ex-ministra no 1.º turno.

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