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'No 1º turno, a gente vota em quem acredita', diz Marina

Pré-candidata do PV à Presidência da República salientou a questão de infraestrutura durante a sabatina

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Por CÉLIA FROUFE E DENISE MADUEÑO
Atualização:

Foto: Fernando Bizerra Junior/EFE

 

 

 

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BRASÍLIA - A pré-candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, apresentou hoje sua teoria em relação aos votos dos cidadãos nas urnas. "No primeiro turno, a gente vota em quem acredita, em quem a gente acha que é o melhor para o Brasil", disse. "No segundo turno, a gente se desvia do pior", acrescentou durante o "Encontro da Indústria com os Presidenciáveis", realizado na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília.

 

 

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Mais cedo, ela salientou que a infraestrutura é fundamental para o Brasil e que não pode ser negligenciada. Marina aproveitou para atacar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do atual governo e que teve como "mãe" a agora pré-candidata do PT à presidência, Dilma Rousseff. "Não temos um projeto, temos colagem de obras. O PAC não é um programa, é uma gestão de obras", alfinetou. Sem entrar em detalhes, Marina propôs, por exemplo, que parte dos recursos hoje destinados ao PAC possam ir para a previdência, que hoje está deficitária. "Isso é difícil, não é fácil", admitiu a pré-candidata. "Mas se não colocarmos uma meta, nunca chegaremos nela", considerou.Segundo a ex-ministra do Meio Ambiente, sua equipe está preparando um programa pensando no crescimento do Brasil e levando em conta fatores para que o País não fique à mercê de um "apagão logístico". "Estamos voltando ao período das trevas", previu. Um dos motivos para isso, de acordo com a pré-candidata, é o nível de poupança brasileira, que está em torno de 18% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto a China, por exemplo, possui taxa de 40% do PIB. "Sem poupança, não há como investir", resumiu.Reforma políticaMarina Silva também disse hoje que não é possível falar em reforma do Estado de forma isolada, como a reforma política. "Reforma política não é feita no Congresso só, é feita também nas eleições", afirmou. Falando a empresários, a pré-candidata salientou que se o Estado brasileiro não tem eficiência, não tira o peso do processo produtivo."Estamos vivendo bom momento para pensar a reforma política. Não dá para pensar que presidente, senador, deputado, acontece depois que chega ao Planalto ou ao Congresso. Começa agora", disse. Ela criticou indiretamente a postura dos pré-candidatos que falaram antes, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB). "Fala-se de reforma do compromisso e não a reforma que precisa fazer", considerou, acrescentando que depois argumenta-se que a base não apoia determinada posição, gerando aplausos da plateia. "Acho que podemos mudar esse discurso e essa conversa agora."Para ela, o paradigma de administração do País foi quebrado com o governo Lula, mas o Brasil ainda não chegou ao fim da história, após o Plano Real, a estabilidade econômica e a inclusão social. "Estamos apenas no começo desta história", considerou. A ex-ministra do Meio Ambiente citou, por exemplo, que não é mais possível não se ter cuidado com os recursos naturais usados para o desenvolvimento do País. "Se não cuidarmos adequadamente da nossa produção, a nossa vantagem pode ser reduzida." Segundo ela, é possível, com o uso da tecnologia e conhecimento, triplicar a produção de alimentos no Brasil sem derrubar uma árvore. EmpresariadoOutro item enfatizado por Marina foi o da burocracia, que acaba inviabilizando as pequenas empresas do País. Ela apresentou dados mostrando que, no Estado de São Paulo, um empresário que queira abrir uma empresa demora, em média, três meses, enquanto, em Minas Gerais, a espera média é de 19 dias. "Precisamos transformar as boas ideias em políticas públicas", defendeu. Em seguida, lembrou que o candidato a vice na chapa do PV, Guilherme Leal, é sócio da empresa de perfumes Natura. "Meu vice começou com uma pequena empresa, com o seu FGTS, e hoje é um dos homens mais prósperos deste País", citou.A pré-candidata do PV ressaltou a importância do papel da indústria no Brasil e salientou que os juros são realmente altos. "Controlamos a inflação só com juros. Temos que aprender a controlar a inflação com outras ferramentas, como diminuir os gastos públicos. Com isso, estaremos combinando novas ferramentas para o controle da inflação", afirmou.

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