Nizan Guanaes deixa o PFL e vai se dedicar a FHC

Por Agencia Estado
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O publicitário Nizan Guanaes comunicou na quarta-feira à noite ao presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), durante jantar, que nos próximos meses vai trabalhar exclusivamente com o presidente Fernando Henrique Cardoso. Com isso, deu por encerrado seu contrato com o PFL. Mas deixou prontos todos os pequenos filmetes do partido, que serão mostrados neste e nos próximos meses, em inserções na televisão. "Está tudo certo entre nós, até porque o PFL não tem programa nacional até agosto", disse Bornhausen. "O Nizan tem de cuidar da vida dele e do presidente Fernando Henrique; nós temos de cuidar da nossa". Bornhausen disse ainda que o publicitário considerou que sua missão no PFL acabou por enquanto, e que o partido pensa o mesmo. No encontro entre o presidente do PFL e Nizan, os dois trocaram abraços e disseram-se esperançosos de trabalhar juntos novamente. O afastamento de Nizan e a reaproximação com Fernando Henrique têm, no fundo, um objetivo, traçado em várias conversas do presidente da República com Bornhausen e com o presidente nacional do PSDB, José Aníbal (SP). Visa principalmente tirar Nizan de um foco de debates que todos os dirigentes partidários consideram prejudicial a uma possível aliança futura: a disputa entre tucanos e pefelistas para ver quem é que ficaria com os trabalhos do publicitário, vencedor das duas eleições de Fernando Henrique. Ao voltar ao convívio do presidente, do qual se havia afastado por interferência de Andrea Matarazzo, então secretário de Comunicação do governo -, Nizan fica à disposição do candidato da aliança que estiver mais forte em maio ou junho. Se a coligação entre PSDB, PFL, PMDB e PPB for mantida, ele fará a campanha da chapa; se não for, deverá seguir ao lado dos tucanos, mas antes terá de fazer algumas negociações com o candidato José Serra, com o qual tem divergências desde a campanha de 1996 para a Prefeitura de São Paulo. Bornhausen à disposição Bornhausen justificou nesta quinta-feira seu propósito de tirar licença do cargo no dia 25, para se dedicar integralmente ao PFL e à candidatura da governadora Roseana Sarney (Maranhão) à Presidência. "Como vou ter muito trabalho e não poderei estar o tempo todo no Senado, poderia prejudicar Santa Catarina", afirmou. "Por isso, optei por me afastar e dar o lugar ao suplente". Ocupa a vaga de Bornhausen o ex-deputado Vasco Furlan. O senador disse ainda que, depois do carnaval, deverá encontrar-se novamente com os presidentes dos demais partidos da base do governo. Eles têm um pacto de não-agressão e pretendem manter a convivência fraternal. "Ninguém vai se agredir", disse Bornhausen. Por isso não tratarão dos problemas regionais. Os partidos que se entendam nos Estados. Ao final, segundo Bornhausen, a intenção é manter a aliança que hoje garante a governabilidade de Fernando Henrique. Ele tornou a dizer que em março o quadro eleitoral estará mais claro. Roseana A governadora Roseana Sarney não conseguiu pedir licença do cargo. Ela queria sair no dia 4, mas a Assembléia Legislativa está fechada e não há como encaminhar o ofício do afastamento. Roseana só deverá fazer o pedido a partir do dia 15, quando a Assembléia voltar aos trabalhos. Terá de mudar seus planos, pois pretendia ficar de fora do governo até o dia 24. Agora, se deixar temporariamente o governo, terá de estender o fim da licença para o início de março.

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