Ninguém respeita país que chora e anda de cabeça baixa, diz Lula

Ele defendeu que os países em desenvolvimento devem adotar posturas conjuntas para enfrentar os subsídios agrícolas do primeiro mundo

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Por Agencia Estado
Atualização:

include "$DOCUMENT_ROOT/ext/economia/ticker.inc"; ?> O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que não adianta os países em desenvolvimento ficarem "chorando" por causa da postura adotada pelos países desenvolvidos nas questões de comércio exterior. "Ninguém respeita negociador que chora ou anda de cabeça baixa", afirmou. Ele fez essa afirmação na cerimônia de inauguração oficial do terminal da Ferronorte em Alto Araguaia. Lula contou que, durante a última reunião do G8, de que participou em Evian (França), no fim de semana passado, juntamente com representantes de outros 11 países em desenvolvimento viu chefes de Estado desses países fazerem muitas reclamaçõres sobre as práticas comerciais dos Estados Unidos e da Europa. Segundo Lula, porém, apenas reclamar não adianta, "pois ninguém faz concessão". Ele defendeu a união dos países em desenvolvimento para adotarem posturas conjuntas para, por exemplo, enfrentar os subsídios agrícolas do primeiro mundo. O terminal hoje inaugurado, que já funciona regulamente desde o ano passado, serve para escoar sobretudo a produção de soja de Mato Grosso até o porto de Santos. O presidente percoreu 97 Km a bordo de um trem, entre Alto Taquari e Alto Araguaia, ambos em Mato Grosso. Ele aproveitou sua fala para destacar as riquezas naturais e a capacidade produtiva do Brasil e disse que o País só é "pobre" atualmente porque foi governado, no passado, por pessoas que pensavam pequeno "e que preferiam ficar olhando as belezas da Europa e dos Estados Unidos". (Demétrio Weber, enviado especial, segue) Ao reiterar seu compromisso com a reforma agrária pacífica, Lula disse que as questões do campo têm de ser resolvidas de forma negociada. Em pronunciamento na inauguração do terminal da Ferronorte em Alto Araguaia, Lula garantiu que "nada será feito na marrra, nem contra os grandes, nem contra os pequenos". Segundo ele, é preciso reunir todos em volta de uma mesa de negociação e firmar acordos, uma vez que a lei em muitos casos não basta. "Apenas a lei não resolve, porque, muitas vezes, quem tem dinheiro convoca um bom advogado e burla a lei", afirmou. "Queremos olho no olho". Falando a uma platéia que incluia grandes produtores, Lula disse que não há incompatibilidade entre a agricultura empresarial e a agricultura familiar.

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