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Newton Cardoso condenado a ressarcir cofres públicos

Por Agencia Estado
Atualização:

O vice-governador de Minas, Newton Cardoso, pré-candidato do PMDB à sucessão mineira que pode ter os planos atrapalhados caso o governador Itamar Franco decida tentar a reeleição, sofreu um duro golpe em suas pretensões. Newton foi condenado nesta quinta-feira pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), juntamente com duas empresas e dois ex-secretários de Estado, a ressarcir os cofres públicos por supostos prejuízos causados pela privatização do extinto banco Agrimisa, feita na época em que ele ocupava o Palácio da Liberdade, entre 1987 e 1991. A ação popular que culminou com a condenação de Newton, liderada pelo ex-deputado federal Carlos Cotta, acusa o atual vice de ter lesado os cofres públicos ao fazer um empréstimo de US$ 18 milhões do Tesouro Estadual ao banco, para sua capitalização, antes da venda ao grupo Góes Cohabita. Segundo o advogado Genival Tourinho, que acompanhou o processo, Newton deve devolver ao governo mineiro, em valores atualizados, R$ 50 milhões. O vice-governador embarcou nesta semana para a Europa, onde permanece até depois da Semana Santa. O motivo extra-oficial da viagem teria sido afastar-se da agitação política provocada pela desistência do governador Itamar Franco de candidatar-se à presidência. É que os sinais são cada vez mais claros de que Itamar deve optar por concorrer à própria sucessão, o que pode causar um racha no PMDB estadual, entre o grupo dele e o do vice. Advogados de Newton, no entanto, informaram, nesta sexta-feira, que a licitação do Agrimisa, liqüidado extra-judicialmente em 1995, já em mãos da iniciativa privada, foi feita dentro da legalidade e que ele deve recorrer da decisão do STJ, nos próximos dias. Nenhum aliado de Itamar quis comentar até que ponto a condenação do vice favoreceria o governador em uma eventual disputa interna no PMDB, para escolha do candidato ao governo estadual. "Isso é uma questão pessoal do vice-governador", disse um assessor.

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