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''Neto de Sarney ligou, depois empresa cuidou do negócio''

Felipe Jacques Gauer: economista

Por Rodrigo Rangel e BRASÍLIA
Atualização:

O economista Felipe Jacques Gauer disse ao Estado que foi José Adriano Cordeiro Sarney, neto do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), quem o procurou pela primeira vez para tratar da compra do apartamento número 22 do edifício Solar de Vila América, na Alameda Franca. Em seguida, o próprio José Adriano disse que uma representante da Aracati iria procurá-lo para fechar o negócio. Como se deu a venda do apartamento? Não foi o senador Sarney, pessoa física, quem comprou. Foi uma construtora, a Aracati. Uma vez, um neto de Sarney que trabalhava no HSBC, o José Adriano, me ligou e depois quem cuidou do negócio foi essa empresa. Ele me fez algumas perguntas e disse que uma pessoa dessa empresa, a Aracati, iria me procurar para acertar a compra. Foi o que aconteceu? Esse neto do Sarney soube que eu colocaria o apartamento à venda e me ligou. Falei que estava mesmo interessado em vender. A gente negociou um pouco o preço e ele falou que essa senhora, da Aracati, me ligaria. De fato ela ligou, e fechamos o negócio. Além desse primeiro contato, a família não entrou formalmente no negócio? Eu sei que eles fizeram questão de deixar de fora o nome da família. Foi essa senhora Rosane, da Aracati, que cuidou de tudo depois. Ela e eu viajamos para São Paulo e resolvemos tudo no aeroporto. Percebi que, por alguma razão, não queriam que o sobrenome Sarney aparecesse na história. O senhor sabia que estava vendendo seu imóvel para a família Sarney? Sim. Além desse primeiro contato feito pelo neto, tinham me falado que era a família Sarney que estava comprando, apesar de o nome deles não ter aparecido nos documentos. Eles já tinham outro apartamento no prédio. É lógico que eu fiquei sensibilizado com essa situação, mas no que tange à venda correu tudo bem. O que diziam sobre essa empresa, a Aracati? Direta ou indiretamente, estava evidente que essa empresa tinha alguma relação com a família Sarney. Para mim, ficou claro que estavam comprando o apartamento em nome da empresa para não chamar atenção.

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