O acordo firmado para a compra de submarinos franceses deve gerar cerca de 44.800 empregos diretos e indiretos no País. A afirmação foi feita nesta quarta-feira (16) pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, durante audiência pública na Comissão de Relações Exteriores do Senado, destinada a esclarecer detalhes do acordo militar fechado com a França para compra de helicópteros e submarinos. "Serão beneficiados diretamente 21 setores de atividade econômica e, indiretamente, outros 19. Além disso, nossa previsão é de que sejam gerados cerca de 11.300 empregos diretos e 33.500 indiretos", informou Jobim.
Segundo ele, os benefícios deverão abranger os setores naval químico, elétrico, eletrônico, metalúrgico, de telecomunicações, mecânica pesada, motores, informática, construção civil, transporte, tecnologia de informática, armamentos e munição. "Há também acordos de contrapartida que permitirão a nacionalização de mais de 36 mil itens, com transferência de tecnologia, tanto para os submarinos convencionais como para os de propulsão nuclear", acrescentou o ministro.
Jobim lembrou que apenas a tecnologia nuclear não será transferida. "A tecnologia nuclear será nossa, uma vez que nenhum país do mundo transfere esse tipo de tecnologia". "Mas todo o restante será transferido, o que inclui os sistemas de combate, com a integração entre sonar e direção de tiro, além das demais partes, como casco, sistema de controle de imersão, sensores elétricos de propulsão, entre outros. Fora a etapa inicial do primeiro submarino que, com a participação de brasileiros, será construído na França enquanto o estaleiro e a base estarão sendo construídos no Brasil, todos os demais itens serão construídos aqui".
O ministro disse que os dois tipos de submarinos que estão sendo adquiridos - convencionais e de propulsão nuclear - são complementares para a defesa das águas brasileiras. Apesar da maior limitação dos submarinos convencionais, eles serão de grande relevância para atividades realizadas no Rio Amazonas e na área mais próxima do litoral brasileiro, enquanto os de propulsão nuclear atuariam em águas mais profundas.
O acordo envolve R$ 22,5 bilhões, mas os negócios com a França podem ser ampliados, com a possibilidade de o governo brasileiro adquirir 36 caças modelo Rafale. Na última sexta-feira, o Ministério da Defesa estabeleceu o dia 21 como limite para as empresas apresentarem novas propostas. Até o final do mês, a FAB deve apresentar o relatório final e entregar um ranking com o primeiro, segundo e terceiro lugar entre Rafale, F-18, da Boeing, e o Gripen, fabricado pela sueca Saab.
Atualizado às 13h01, com informações da Agência Brasil