Negromonte consegue adiar depoimento no Senado

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Por Andrea Jubé Vianna
Atualização:

O ministro das Cidades, Mário Negromonte, conseguiu adiar por uma semana o depoimento que dará na Comissão de Fiscalização e Controle do Senado sobre as denúncias de fraude em parecer técnico que encareceu em R$ 700 milhões um projeto de transporte para a Copa de 2014 em Cuiabá (MT). O presidente da Comissão, Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), tentou agendar o depoimento para quarta-feira, mas Negromonte alegou ter "compromissos inadiáveis", o que adiou o encontro. A manobra irritou a oposição.O líder do PSDB, Álvaro Dias (PR), acusou o ministro de tentar ganhar tempo para se esquivar mais uma vez das denúncias. "Essa fuga compromete ainda mais o governo", criticou. Para Dias, a operação orquestrada pela diretora de Mobilidade Urbana do Ministério, revelada pelo jornal O Estado de S. Paulo na semana passada, é ainda mais grave porque "a fraude está documentada".Dias receia que as denúncias contra Negromonte percam fôlego até a próxima semana, quando o Senado estará focado na votação das mudanças no Código Florestal e na prorrogação da Desvinculação das Receitas da União (DRU). O tucano lembra que o ministro conseguiu se furtar do comparecimento à Casa em agosto, quando foi aprovado o convite para que ele se explicasse sobre as primeiras denúncias de irregularidades na pasta: o favorecimento a empresas que haviam doado cerca de R$ 15 milhões para campanhas do PP, partido de Negromonte, e tocavam obras da pasta impugnadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU).O líder do DEM na Câmara, Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), vai se reunir nesta semana com lideranças do PSDB e PPS para discutir uma estratégia conjunta sobre as denúncias contra Negromonte. O líder do PT, Paulo Teixeira (SP), tentou amenizar a ofensiva oposicionista contra o Ministério das Cidades. Teixeira sustenta que as mudanças no projeto foram feitas a pedido do governo do Estado, com o devido "respaldo técnico".Além disso, o PT está empenhado em sair da defensiva das sucessivas acusações de corrupção no governo federal e partir para o ataque. Teixeira adiantou que o partido vai pedir, nesta semana, mais detalhes da operação Sinal Fechado, do Ministério Público do Rio Grande do Norte, que levou à prisão do ex-deputado federal João Faustino, suplente do presidente do DEM, senador José Agripino (RN). "Queremos o aprofundamento das investigações", disse o petista, lembrando o DNA tucano de Faustino, que foi subchefe da Casa Civil do governo de São Paulo na gestão de José Serra.

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