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Negri abre amanhã no Rio dia de combate a dengue

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro da Saúde, Barjas Negri, abre neste sábado o Dia D contra a dengue tentando chamar atenção sobre uma das maiores barreiras ao trabalho dos mata-mosquitos: a recusa da população em abrir a porta de suas casas aos agentes de saúde. Negri escolheu a Urca, na zona sul do Rio, para iniciar a inspeção nas moradias, já que mais de 50% das residências do bairro não foram vistoriadas por resistência dos moradores - o que o ministério chama de pendências. A taxa de pendência da cidade do Rio é uma das maiores do País. De cada dez domicílios, três não são visitoriados porque os moradores têm medo de abrir a porta. O município só perde para São Paulo e Porto Alegre, mas o Ministério da Saúde avalia que o problema é mais preocupante no Rio porque o clima da cidade permite a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor do vírus da dengue, e cria condições para epidemias, como a que ocorreu no verão passado (250 vítimas, com 87 mortos). "O que nós precisamos é melhorar o trabalho de campo dos agentes. Com isso, será possível convencer a população a abrir a porta. O agente tem que ser alguém setorizado. Ele tem que morar no bairro e ser de total confiança do morador", explica Giovanini Coelho, coordenador do Programa Nacional de Combate à Dengue da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Coelho, o presidente da Funasa, Mauro Costa, e a governadora do Rio, Benedita da Silva, acompanharão o ministro nos eventos do Dia D no Rio. Além da Urca, o ministro percorre bairros na zona norte e zona sul. O Dia D acontece em todo o País, mas é no Rio que o ministério quer centrar forças para evitar novas epidemias. Ontem, a Funasa repassou quase cem veículos para ajudar no trabalho dos mata-mosquitos. O ministério também repassou verbas extras para ajudar o Rio a acabar com o déficit de funcionários. Só na cidade faltam mil mata-mosquitos para completar o quadro. Além disso, as taxas de infestação do Aedes estão acima do 1% considerado aceitável. Na cidade, a média é de 2,4%. E no Estado há municípios com índices que se aproximam de 5%, como é o caso da Baixada Fluminense. O secretário estadual de Saúde, João Leôncio Feitosa, promete que hoje cerca de 2 milhões de pessoas vão participar da mobilização da população no Estado. Na cidade, estão previstas feiras de ciência, panfletagem e inspeções na casa de moradores. O coordenador do Programa Nacional de Combate à Dengue, que está no Rio desde ontem, elogiou a organização das secretarias municipal e estadual de Saúde. "Fiquei surpreso com a organização. Acho que o Dia D será realmente efetivo", afirmou.

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