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Negócio já movimentou R$ 1,2 bi

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Por Redação
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Existem hoje pelo menos 40 bancos credenciados fazendo empréstimos consignados aos servidores públicos. É um crédito mais barato porque o risco de calote é muito baixo - o pagamento do crédito é tomado descontando diretamente no contracheque dos salários dos funcionários. Nos últimos três anos, esse crédito movimentou em torno de R$ 1,2 bilhão só no Senado. Pelo menos dez bancos emprestam no Senado. O Banco Cruzeiro do Sul trabalha na Casa desde 2002, assim como Santander, HSBC, Finasa, CEF, Daycoval e Banco do Brasil, entre outros. "Nunca houve exclusividade para nenhum banco, até porque a lei não permite", disse o primeiro secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI). A proliferação de oferta de crédito e de bancos deu-se a partir de 2004. Em 2006, como revelou a revista Época em abril passado, o diretor de Recursos Humanos do Senado, João Carlos Zoghbi, usando os nomes dos filhos e até de uma babá de 83 anos, Maria Izabel Gomes, criou empresas (Contact, DMZ Consultoria e DMZ Corretora de Seguros) para fazer intermediação do crédito consignado, cobrando taxas de indicação e fechamento de contrato de bancos credenciados. A Polícia Federal está investigando essa intermediação da família Zoghbi, que era centralizada na empresa Contact Assessoria de Crédito, aberta no segundo semestre de 2006. Segundo a Época, depois de uma complicada negociação política, quando teriam sido criadas dificuldades artificiais para manter a credencial dos negócios do crédito consignado no Senado, a Contact teria virado "correspondente" do Cruzeiro do Sul. O banco nega essa intermediação. E nega, também, a informação de que tenha pago R$ 2,3 milhões à empresa - o que está sob investigação da PF. Zoghbi admitiu à revista que os filhos dirigiam as empresas porque ele é impedido por lei, por ser funcionários público, de fazer negócios com o governo. O grande aliado da família Zoghbi era o então diretor-geral do Senado, Agaciel Maia, afastado das funções por ter uma mansão de R$ 5 milhões não declarada à Receita. O Estado revelou, também, que Agaciel está por trás do escândalo dos atos secretos.

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