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Napoleão adia renúncia do Senado ao máximo

Por Agencia Estado
Atualização:

O líder do PFL no Senado, Hugo Napoleão, é um político prevenido. Ele decidiu que só assina o requerimento de renúncia ao mandato de senador no momento em que estiver sendo diplomado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) no cargo de governador do Piauí, o que deve ocorrer amanhã. Napoleão substitui Francisco de Assis Sousa, o "Mão Santa", do PMDB, cujo mandato foi cassado na noite de terça-feira pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na eleição de 1998, que reelegeu "Mão Santa", Napoleão foi derrotado por uma diferença de cerca de 20 mil votos. Mas ele entrou com ação de impugnação da posse do eleito, sob o argumento de que "Mão Santa" havia cometido 22 crimes eleitorais. No seu julgamento, o TSE acatou 9 dos 22 crimes apontados, entre eles publicidade partidária com slogan do governo estadual; distribuição de medicamentos e anistia de contas de água. Napoleão despediu-se hoje do Senado. Foi aparteado por 25 senadores, a maioria esmagadora com elogios - só Pedro Simon (RS), que cumpriu missão partidária e leu a nota do PMDB que condenou a cassação de "Mão Santa", destoou dos outros. Mesmo assim, ele parecia constrangido. Procurado depois, disse que não tinha mais nada a acrescentar. Na nota, assinada pelo presidente do PMDB, Michel Temer (SP), é dito que o governador cassado vinha executando um trabalho do mais alto alcance social e econômico. "Nós, peemedebistas, estamos unidos e solidários ao nosso governador e ao povo do Piauí que o elegeu democraticamente", afirma ainda a nota. Como sempre ocorre em sessões de despedida, os colegas de Napoleão procuraram enaltecer seu caráter conciliatório e sua serenidade no trato das questões polêmicas. O senador José Agripino Maia (PFL-RN), provável novo líder do PFL, disse que Napoleão é um grande negociador. Em seguida, desejou que tenha êxito completo no governo do Piauí. O novo governador já decidiu que seu primeiro ato será a demissão em massa de todos os auxiliares de "Mão Santa", e pedido ao Ministério Público para que investigue irregularidades cometidas pelo antecessor.

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