Não vejo problema em ser convocado pela CPI da Petrobrás, diz ministro da Justiça

José Eduardo Cardozo foi convocado para depor na comissão que apura o esquema de corrupção na Petrobrás

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Por Bernardo Caram
Atualização:

BRASÍLIA - Em meio a especulações de que teria sido escalado pelo Palácio do Planalto para poupar ministros que trabalham diretamente com a presidente Dilma Rousseff, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta sexta-feira, 10, não ver nenhum problema em ter sido convocado para prestar esclarecimentos à CPI da Petrobrás.

Questionado sobre a possível estratégia do governo, Cardozo respondeu: "A mim não cabe entrar neste mérito. Francamente, acho que é dever de um ministro ir ao Parlamento. Não vejo por que a minha ida mudaria algum roteiro investigativo da CPI". Ele disse não estar surpreso com a convocação e que atenderá aos parlamentares com prazer. "Se alguém tem alguma dúvida que eu possa contribuir, é o meu dever", afirmou.

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Em coletiva de imprensa no Ministério da Justiça, Cardozo afirmou não se sentir abandonado pelo PT. "Recebi inclusive da bancada de deputados do PT um manifesto de apoio à minha conduta", disse há pouco. 

Oficialmente, a presença de Cardozo na CPI, ainda sem data marcada, será para falar sobre supostas escutas instaladas pela Polícia Federal na cela do doleiro Alberto Youssef sem autorização da Justiça. O ministro informou que a apuração sobre o caso está em curso e sob sigilo e que ações abusivas devem ser coibidas, ressaltando que não controla o mérito de investigações da PF.

Cardozo disse ainda que tem sido considerado um ministro "mão pesada" em questões disciplinares. "Foram muitas demissões que eu pratiquei na Polícia Federal e na Polícia Rodoviária Federal diante a desmandos comprovados", afirmou. "Talvez eu tenha sido o ministro que mais demitiu por infrações disciplinares nos últimos tempos". 

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