PUBLICIDADE

"Não tenho vocação para Jânio Quadros", diz Jader

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente do Senado, Jader Barbalho, afirmounesta quinta-feira a parentes e amigos que renúncia é uma palavra que não consta de seu dicionário político. "Não tenho vocação para Jânio Quadros", ironizou ao negar a possibilidade de afastar-se do comando do Senado. O ex-presidente da República Jânio Quadros renunciou ao mandato em 1961, apresentado a justificativa de ter sido pressionado por "forças ocultas". O senador paraense, antes de embarcar à tarde em avião particular com destino ao balneário de Salinópolis (280 km a nordeste de Belém), reconheceu estar sofrendo um cerco de seus colegas do Senado. Relatou que os poucos telefonemas que tem recebido de Brasília tentam convencê-lo a afastar-se da presidência do Congresso Nacional por 120 dias para defender-se na Justiça das inúmeras ações que tramitam contra ele em Belém e Brasília. "Não há nada de concreto contra mim, apenas velhas notícias requentadas pela falta de assunto da imprensa neste recesso parlamentar. O problema é que a pressão da mídia sobre os senadores está fazendo com que alguns colegas não percebam a dimensão dessa armação e entrem no jogo", justificou Jader a amigos mais chegados. Um parente do senador contou na noite desta quinta-feira ao Estado que Jader nesta quinta-feira parecia mais alegre que no dia anterior. "Ele ria e contava piadas". Ao receber um grupo de deputados do PMDB, o senador resumiu numa frase seu drama político: "Estou vivendo uma situação kafkiana. O processo contra mim já está em fase de sentença, mas até agora os juízes invisíveis que me julgam não me deram a oportunidade da defesa". Jader reitera que só pretende retornar a Brasília no começo de agosto. Alega não existir nenhum fato relevante que o obrigue a interromper suas férias. "Se o assunto for de alto interesse do país serei o primeiro a desembarcar em Brasília". Aos amigos mais chegados, Jader tem afirmado sua disposição de resistir às cobranças dos líderes do PMDB, PFL e PSDB. "Não vejo razão para esse açodamento. Na volta, podemos debater isso sem afobação", resumiu o senador.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.