Em meio às especulações sobre sua saída do Supremo Tribunal Federal para disputar as eleições, Joaquim Barbosa afirmou nesta quinta-feira, 20, que "não tenho interesse nenhum. Der o que der, para mim (tanto faz)", quando questionado sobre a análise dos embargos infringentes de cinco condenados do mensalão, realizada nesta quinta. A Corte julga nesta tarde os recursos do ex-ministro José Dirceu, ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, ex-presidente da sigla, José Genoino, e os ex-dirigentes do Banco Rural, Kátia Rabelo e José Roberto Salgado referentes ao crime de formação de quadrilha.
A postura do presidente do STF, diferente da que ele vinha adotando ao longo do processo, ocorre após uma matéria publicada no sábado pela revista Veja afirmar que o ministro estaria se preparando para deixar a Corte depois do julgamento dos últimos recursos do mensalão. Além disso, como revelou o Estado nesta semana, o pré-candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, está tentando de aproximar do ministro para que ele dispute o Senado pela sua legenda.
Nesta tarde, contudo, Barbosa desconversou sobre a possibilidade de sua candidatura e chegou a afirmar que essa hípótese seria "conversa". Em nota divulgada pela assessoria do STF no sábado, contudo, o ministro afirmou que pretende deixar a Corte antes de completar 70 anos. Atualmente ele tem 59 anos.
Em relação aos recursos do mensalão, a previsão inicial é que, em abril, o Supremo encerre a votação deles. O mês também será o prazo final para o ministro se filiar a um partido e disputar as próximas eleições de outubro.