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'Não sou religioso', rebate Janot sobre 'pacto diabólico' citado por Lula

Procurador-geral da República diz que ex-presidente 'tem todo direito' de externar opinião sobre a Lava Jato

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Por Beatriz Bulla
Atualização:
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot Foto: Marcelo Camargo|Agência Brasil

BRASÍLIA - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, evitou comentar a manifestação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que disse ver um “pacto quase diabólico” entre Polícia, Justiça e Ministério Público na Operação Lava Jato. Ao ser questionado sobre a fala do petista, Janot fez um breve comentário sobre a liberdade de manifestação e concluiu: “O que posso dizer é que eu não sou religioso”.

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“Nós vivemos num País livre, onde o direito de crítica e de manifestação é assegurado na constituição. Eu não tenho que me referir ao que ele disse. Ele tem todo direito de externar as opiniões e as críticas que entender necessárias”, afirmou o procurador-geral da República.

Ontem, o ex-presidente fez um discurso duro contra a imprensa, delegados da Polícia Federal, procuradores do Ministério Público e o juiz Sérgio Moro. “A menor preocupação é com a verdade", disse Lula em seu discurso.

Réu em três processos relacionados a casos de corrupção, Lula criticou a força-tarefa da Lava Jato na noite desta quinta-feira, 10, durante ato de lançamento da campanha “Um Brasil Justo pra Todos e pra Lula”, em São Paulo.

“Eu penso que eles cometeram um pequeno erro. É que eles mexeram com a pessoa errada. Eu não tenho nenhuma preocupação de prestar contas à Justiça brasileira. O que eu tenho preocupação é quando eu vejo um pacto quase diabólico entre a mídia, a polícia federal, o ministério público e o juiz que está apurando todo esse processo”, disse o petista, diante de um auditório lotado com centenas de pessoas na Casa de Portugal, na Liberdade, zona sul de São Paulo.

Lula acusou a Lava Jato de mentir para a população. “Não me sinto confortável participando de um ato da minha defesa. Eu me sentiria confortável participando de um ato de acusação à força-tarefa da Lava Jato,que está mentindo para a sociedade brasileira”, afirmou o ex-presidente.

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