‘Não sou amigo nem inimigo do Teixeira’

Aldo afirma que conviveu com presidente da CBF só na CPI; diz ainda ser um erro substituir a estrutura do Estado por ONGs

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Por Redação
Atualização:

BRASÍLIA - Em entrevista ao Estado, o novo ministro do Esporte, Aldo Rebelo, ficou em cima do muro ao ser questionado sobre as relações com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e suas atividades. Ele disse ainda que o PC do B não foi omisso na gestão da pasta e afirmou que os convênios com ONGs tiveram um "erro de concepção" que começou no governo FHC.

 

O senhor é amigo do Ricardo Teixeira?

Não sou amigo nem inimigo. A convivência que tive com o presidente Ricardo Teixeira foi quando ele era presidente da CBF e eu da CPI CBF/Nike. De lá pra cá não tive nenhuma conversa pessoal com ele. O encontrei uma vez num evento de premiação no Rio de Janeiro, com clubes da série A.

 

Na CPI da Nike, em 2000, o senhor criticava muito a CBF. Qual sua opinião hoje?

Não vou fazer autocrítica do meu trabalho na CPI.

 

Dizem que o senhor se aproximou do Ricardo Teixeira...

Vou passar a ser próximo dele como ministro do Esporte.

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O senhor recebeu doações de patrocinadores da CBF. Por quê?

Alguém acha que a CBF me ajudou? Como também são anunciantes de jornais e televisão, quem sabe não tenha sido um anunciante de jornal ou revista que tenha recomendado me ajudar.

 

Como será sua interlocução com Ricardo Teixeira a partir de agora?

De ministro do Esporte com o presidente da CBF. Os dois têm responsabilidade na promoção da Copa e têm que trabalhar.

 

O PC do B montou um esquema com ONGs para abastecer o partido politica e financeiramente nos Estados?

A única acusação que foi feita foi ao ministro.

 

Mas o ministério distribuiu dinheiro para ONGs vinculadas ao PC do B em São Paulo, Piauí, Santa Catarina, Distrito Federal. Isso não configura favorecimento?

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Não, porque outras ONGs que não são do PC do B também tiveram convênios.

 

O que deu errado nos convênios com ONGs?

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A partir do governo de Fernando Henrique Cardoso, as ONGs passaram a ter um papel importante nas ações de Estado. Eu acho que o erro veio lá atrás na concepção de que era possível substituir a estrutura do Estado por ONGs.

 

Em fevereiro, o ‘Estado’ viajou o País e mostrou irregularidades no Segundo Tempo. O ministro prometeu agir, mas nada fez. O PC do B não errou ao ser alertado que havia fraude e não ter feito nada? Não houve omissão?

Não creio porque, ao que parece, o ministério adotou todas recomendações e providências sugeridas pelos órgãos de controle da União.

 

Então por que o Orlando Silva caiu?

Porque a presidente Dilma precisava tocar seu governo e recebeu da parte dele a compreensão e ele pediu afastamento.

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Isso não foi o estopim de uma série de irregularidades?

Os jornalistas têm direito de afirmar o que acham que é justo. O que posso dizer é que o ministro tomou as providências.

 

O ministério ficou marcado pelo aparelhamento do PC do B. O senhor pretende mexer nisso?

Não posso adiantar a formação da equipe que vai trabalhar porque ainda não me debrucei. Não vou estabelecer o critério de ser do PC do B ou não.

 

O senhor volta ao governo novamente em meio a um escândalo (em 2004 assumiu a coordenação política do governo Lula em meio à crise envolvendo Waldomiro Diniz, na época subchefe da Casa Civil). O senhor virou um bombeiro da política?

Não creio, assumo essa responsabilidade com tranquilidade e serenidade.

 

O Ministério do Esporte virou um abrigo para ex-presidentes da União Nacional de Estudantes (UNE)?

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Não, porque o Ministério do Esporte já foi conduzido por ex-presidentes de UNE, por integrantes do PSDB no governo FHC, do DEM. O José Serra é ex-presidente da UNE e não esteve no ministério.

 

 

 

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