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'Não sou Adhemar de Barros que rouba, mas faz. Eu realizei', diz Cabral

Ex-governador negou superfaturamento de obras do Maracanã e criticou governo de Pezão

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Por Constança Rezende
Atualização:
Sérgio Cabral, ex-governador do Rio de Janeiro Foto: Rodrigo Félix/Estadão

RIO - O ex-governador do Rio Sérgio Cabral Filho (PMDB) citou a frase atribuída ao ex-governador de São Paulo Adhemar de Barros (1901-1969) ao dizer que não era igual ao político paulista, “que rouba, mas faz”. O peemedebista citou Adhemar ao se defender, nesta terça-feira, 5, das acusações de fraude em licitações em depoimento ao juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal.

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Cabral disse que não houve superfaturamento nas obras da reforma do Maracanã e afirmou que a deixou concluída. “O Maracanã, desde 1950, não sofria uma reforma digna, uma reforma decente. O que eu desejava era a realização das obras, que o estádio estivesse pronto para os jogos. Em relação à escolha das empresas, não participei”, disse.

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Depois da afirmação, Cabral direcionou críticas à atual gestão do Estado, comandada pelo seu antigo vice e aliado, Luiz Fernando Pezão (PMDB). “Se o Maracanã está mambembe, não (está) funcionando direito, é problema do atual governo. Se não foi feito o que deveria ter sido feito, o problema não foi meu”, disse. “O Maracanã não teve mais uso porque o atual governo não soube solucionar o problema da concessão. Talvez o Maracanã tivesse com mais uso do que tem hoje se chamasse o segundo (colocado no processo) da licitação. Eu saí em abril de 2014, a culpa não foi minha, eu deixei dinheiro em caixa", completou.

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Questionado sobre o motivo de ser chamado de "chefe" pelos empresários, em provas encontradas pelo Ministério Público Federal (MPF), Cabral respondeu que "era um hábito dessa turma para puxar o saco de políticos". Cabral também desqualificou os depoimentos de colaboradores que o acusaram de receber propina e os chamou de mentirosos.

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"Um tá combinando com o outro para falar, porque aí pode fugir da linha de colaboração", disse o ex-governador. Cabral chegou a chamar os delatores de "dedos-duros", o que irritou Bretas. "Você pode dizer que o colaborador é um dedo-duro fora daqui, mas no processo estão fazendo uma gravação, então é bom manter um comportamento", disse o juiz.

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