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Não será tarefa fácil exercer Presidência, diz Serra

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Por ELIZABETH LOPES E BEATRIZ BULLA
Atualização:

O ex-governador José Serra fez na tarde desta quarta-feira, 6, um discurso crítico à condução da economia no País e disse que, pela situação atual, "não será tarefa fácil" exercer a presidência no próximo mandato. Ele participou de uma teleconferência promovida pela GO Associados, com tema "Tendências da conjuntura e desafios para a política econômica"."Não é impossível fazer", disse Serra, sobre a forma de equacionar desarranjos na economia, citando a Petrobras. Ele afirmou ainda que hoje a maior instituição financeira do País é o Tesouro. "O próximo presidente vai ficar é com um mico na mão, porque duvido que não haja uma boa parte desses créditos sem saúde", criticou.Ele afirmou ainda que há uma "relação de desconfiança mútua" entre setor privado e setor público e ressaltou que o próximo ciclo de crescimento será baseado em investimento em infraestrutura e energia. "Já deveria ter sido o ciclo, a partir do esgotamento do modelo lulista, que é o modelo de consumo acelerado, baixo investimento, desindustrialização. Poderia ter sido revertido com mais eficácia se o governo tivesse tido capacidade para investir, mas não conseguiu."Quem vencer a eleição em 2014, segundo Serra, vai encontrar cenário de "déficit em conta corrente elevado, o famoso desequilíbrio externo", além do chamado Custo Brasil. Ele mencionou que, "até há pouco tempo", havia uma previsão menos pessimista a respeito da economia no próximo ano.No entanto, ele citou que o quadro "piorou", com déficit em conta corrente na direção de 4% do PIB, "perspectivas de crescimento seguram modestas" e as tentativas de aumentar investimentos no país via concessões e via partilha "não andaram como o governo previa". Para o tucano, 2013 foi anunciado como um ano de forte retomada dos investimentos públicos, mas "isso não andou".Serra criticou a expansão dos gastos com seguro-desemprego em um cenário de mercado de trabalho aquecido, segundo ele provocado por políticas salariais, o que está relacionado com a atuação "de quem ocupa o ministério": "Pouca mudança estrutural, pouca mudança qualitativa e mais despesas", criticou.Para o tucano, haverá pressões na saúde, área que precisa de mais recursos, e na educação "se gasta cada vez mais e o produto ou resultado é igual ou pior".Ele apontou ainda alta inflação e as perspectivas que "não são boas" para a balança comercial. Serra avaliou que a pressão sobre o dólar e "a ideia de que o dólar está barato" vai gerar uma aceleração no aumento dos juros. Segundo ele, essa situação produzirá mais pressão sobre a inflação que, lembrou, tem efeito sobre os resultados eleitorais.

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