‘Não sei como PMDB, PSDB e PT têm coragem de lançar candidatos’, diz Joaquim Barbosa

Ex-presidente do STF admite que vem sendo sondado por partidos para ser candidato, mas diz não ter resposta até o momento

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Por Bibiana Borba
Atualização:
Joaquim Barbosa nasceu em Paracatu, em Minas Gerais, no dia 7 de outubro de 1954. Foto: Wilson Pedrosa/AE

O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa voltou a afirmar que há uma "perda da credibilidade da classe política" e criticou o PMDB, PSDB e PT. Ele disse que "não sabe como os três maiores partidos do Brasil ainda terão coragem de lançar candidatos” para as próximas eleições. “Acredito que haverá um repúdio enorme aos candidatos desses três maiores partidos – PMDB, PSDB e PT”, afirmou, em entrevista à rádio CBN, na noite dessa segunda-feira, 20.

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Barbosa admitiu que vem sendo sondado por partidos políticos, movimentos e “muitas pessoas nas ruas, por onde vai”, mas não confirma e nem nega a possibilidade de candidatura à Presidência no próximo ano. “Eu não tenho resposta ainda”, afirmou, sem citar as siglas que o procuraram.

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Para o ex-ministro, as eleições de 2018 serão muito parecidas com as de 1989, que sucederam a ditadura militar no Brasil. “Pela pulverização de candidatos, esfacelamento das instituições, decadência moral e perda de credibilidade”, explicou. Apesar de não admitir qualquer tipo de candidatura até o momento, Barbosa fez questão de ressaltar que fez parte de um momento que talvez tenha sido o “apogeu do STF em sua história”. 

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“O Supremo soube estar à frente de seu tempo, à frente da sociedade brasileira, que é conservadora em muitos aspectos”, ressaltou, citando decisões da Corte como o reconhecimento da união homoafetiva, a lei da Ficha Limpa, o aborto em caso de fetos anencéfalos e o fim do financiamento de campanhas políticas por empresas – que passa a valer nas próximas eleições.

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Questionado sobre o julgamento do escândalo do mensalão, disse que prefere ser lembrado pelo conjunto das decisões tomadas pelo tribunal durante sua presidência. “É um clichê criado pela imprensa, que tem importância para vocês – para mim, não.”

Entrevistado no Dia da Consciência Negra, ele ainda destacou acreditar em alguns avanços no combate ao racismo no País. “Me regozijo em perceber que, finalmente, o Brasil começa a reconhecer o peso histórico da escravidão e da discriminação racial que sempre foi a marca da sociedade. Há um avanço ao aceitar o debate, aceitar a existência do problema. Falta enfrentá-lo de maneira efetiva.”

Joaquim Barbosa deixou o STF em agosto de 2014 e vem atuando em escritório de advocacia com sedes no Rio, São Paulo e Brasília. 

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