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Encarregado pela embaixada nos EUA nega resistência ao governo Bolsonaro no Congresso americano

Segundo diplomata, críticas ao governo Bolsonaro nos EUA vêm da ala mais ‘radical’ do partido democrata

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Por Beatriz Bulla
Atualização:

WASHINGTON - Atual encarregado pela embaixada brasileira em Washington, o diplomata Nestor Forster avalia que não há resistências ao governo Bolsonaro dentro do Congresso americano. Ele credita as críticas aos posicionamentos do presidente à ala “mais extrema, mais radical” do partido democrata, diz que tem se reunido com parlamentares dos dois partidos para dialogar sobre a situação do Brasil e que a recepção tem sido positiva. O nome de Forster ainda precisa ser aprovado pelo Senado para sua confirmação como embaixador.

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Como o Brasil tem lidado com resistências ao governo Bolsonaro no Congresso americano?  A relação com o Congresso entra no que a gente chama de diplomacia parlamentar. Procuramos fazer isso no sentido de discutir política sem entrar em política interna de democratas versus republicanos. Não se nota no Congresso nenhuma resistência ao governo Bolsonaro, isso não existe. O que houve foi um movimento isolado, um grupo de parlamentares do partido democrata, situados na ala mais à esquerda, mais radical, que mandou uma carta criticando a Lava Jato. E foi respondido como deve ser respondido: o Brasil vive um Estado de Direito.

A relação com o Congresso americano tende a mudar? Esse novo momento da relação Brasil-EUA, com uma renovada intensidade, no nível mais alto pela química entre os chefes de Estado, não se refletirá só nas relações que temos aqui com agências do Executivo, mas certamente vai nos dar uma agenda muito mais intensa no Congresso e também com a sociedade civil americana, com o setor privado, com associações que representam diferentes áreas. 

Não foi só a Lava Jato. Houve movimentações de parlamentares também com relação à Presidência do Bolsonaro... Ninguém está questionando o compromisso do governo Bolsonaro com a democracia. Bolsonaro é o maior produto da democracia, por duas razões. Primeiro, ele passou a vida inteira como deputado, sendo eleito e fazendo campanha. Número dois: ele foi eleito por uma onda democrática talvez inédita na História do Brasil. Foi eleito e gastou nem 1 milhão de dólares na campanha.

Houve manifestações também sobre as queimadas na Amazônia. Isso preocupa? Não, não é um assunto que esteja envolvido no debate de política americana. Não começou aqui nos Estados Unidos essa conversa, mas teve repercussões aqui também. Esse exagero, o que eu chamei de histeria descabida, de achar que era o fim do mundo que tinha meia dúzia de queimadas na Amazônia como tem todo ano desde o período neolítico. Isso não é novo. Foi exagerado. 

Pré-candidatos, como os senadores Bernie Sanders e Elizabeth Warren, assinaram uma carta pedindo proteção da Amazônia. A pior coisa que se pode fazer é criar barreiras comerciais ou sanções a produtos brasileiros porque eles vão querer atacar as empresas brasileiras e quem exporta são as empresas de médio e maior porte, que têm condições, recursos financeiros e humanos, para observar a legislação brasileira que é extremamente rigorosa, especialmente na região da Amazônia.

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