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''''Não questiono a inclusão, mas como o método foi implantado''''

Por Julio Cesar Lima
Atualização:

A estudante curitibana Elis Wendpap, 20 anos, acredita que a repercussão alcançada com a ação que move desde 2005 contra a Universidade Federal do Paraná, quando não conseguiu entrar para o curso de Direito por causa do sistema de cotas, apesar de ter alcançado a média necessária, pode levar a sociedade a refletir sobre o assunto. Elis cursa o 3.º ano de Direito no Centro Universitário Curitiba e ganhou a ação em primeira instância. O que a motivou a entrar com a ação? Ter feito tanto esforço para estudar em uma universidade federal, ter conquistado esse direito e no momento que poderia entrar não pude, por causa de uma determinação. Penso que ao discordarmos de alguma coisa temos de agir e, nesse caso, a melhor forma de fazermos a Constituição ser cumprida é através de uma ação jurídica. Imaginava que o caso pudesse ter grande repercussão? Não. Imaginei que ficasse entre eu e a universidade, mas está sendo boa a repercussão para colocar à sociedade essa discussão. Acredita que a vaga possa ser sua? A decisão final deve levar mais dois anos e já estarei formada, mas não desistirei da ação, pois quero levar essa discussão adiante, mesmo que a decisão demore. Você conhece o sistema de cotas? Conheço bem. Tem medo de ser chamada de racista? Nunca fui, mas tenho receio de que aconteça, pois muitas pessoas podem não entender meu questionamento. Não questiono a inclusão ou a questão social, mas a forma como o sistema de cotas foi colocado, sem discussão com a sociedade.

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