'Não quero brigar com o Parlamento e acho que nem o Parlamento comigo', diz Bolsonaro
Presidente diz que conversa com frequência menor que a esperada com os presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre
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Por Altamiro Silva Junior (Broadcast) e Flavia Alemi
Atualização:
O presidente Jair Bolsonaro disse na noite deste domingo, 26, em entrevista à rede de televisão Record que a sua relação com o Congresso está boa, mas não tem falado o quanto gostaria com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre.
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"Temos conversado, talvez não na frequência que queiramos", disse ele. "Tudo o que eu falo se transforma em uma tsunami contra o Parlamento. Eu não quero brigar com o Parlamento e acho que nem o Parlamento comigo", disse ele ao falar de seu jeito de fazer política, que não contempla distribuição de cargos a políticos.
Para Bolsonaro, o próprio Congresso parece também não querer mais esta forma antiga de se fazer política. No domingo, o Centrão (do qual o DEM, partido de Maia e Alcolumbre, faz parte) foi alvo de protestos pró-governo em pelo menos 154 cidades do País.
"Maia é um pessoa importante. Vou conversar com ele na semana, bem como com o Davi Alcolumbre", disse Bolsonaro, ressaltando que é preciso que os poderes em Brasília conversem um pouco mais. "Eu, Alcolumbre, Maia e o Dias Toffoli (presidente do Supremo Tribunal Federal), estamos em harmonia. Não estamos em litígio."
Bolsonaro disse que conversou no Paraná com membros do partido que formam o Centrão e que os parlamentares não gostam de serem rotulados com esse nome. "Eles me falaram que esse rótulo não está pegando bem. Esse nome virou um palavrão." Bolsonaro afirmou que só teve dois parlamentares pedindo ministérios até agora, mas não de partidos do Centrão.
Veja imagens das manifestações pró-Bolsonaro ao redor do Brasil
1 / 26Veja imagens das manifestações pró-Bolsonaro ao redor do Brasil
Rio de Janeiro (RJ)
No Rio de Janeiro, os manifestantes se reuniram na orla de Copacabana Foto: Fábio Grellet/Estadão
Brasília (DF)
Em Brasília, a manifestação começou por volta das 10h, e no início da tarde já se dispersava. Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADAO
Brasília (DF)
No Distrito Federal, o Congresso foi um dos alvos dos manifestantes Foto: Dida Sampaio/Estadão
Brasília (DF)
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foi criticado pelos manifestantes em Brasília Foto: Dida Sampaio/Estadão
Brasília (DF)
Manifestantes em Brasília em apoio ao presidente Jair Bolsonaro Foto: Dida Sampaio/Estadão
Brasília (DF)
Vista aérea do Congresso Nacional na manhã deste domingo Foto: Dida Sampaio/Estadão
Belém (PA)
Os atos de apoio ao governo em Belém do Pará Foto: Rita Soares/Estadão
Salvador (BA)
Os manifestantes também foram às ruas em Salvador, na Bahia Foto: Heliana Frazão/Estadão
Rio de Janeiro (RJ)
No Rio, um pequeno grupo pedia intervenção militar Foto: Fabio Grellet/Estadão
Rio de Janeiro (RJ)
Classe política foi criticada nos atos em Copacabana Foto: Fabio Grellet/Estadão
Rio de Janeiro (RJ)
Um grupo pediu o fim do exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Foto: Fabio Grellet/Estadão
São Paulo (SP)
Manifestantes se reuniram em frente ao Masp em São Paulo Foto: ALEX SILVA /ESTADAO
São Paulo (SP)
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, foi alvo de críticas em São Paulo Foto: Pedro Venceslau/Estadão
São Paulo (SP)
Inflável do presidente Jair Bolsonaro na Avenida Paulista Foto: TABA BENEDICTO / ESTADAO
São Paulo (SP)
Ato no início da tarde na Avenida Paulista, em São Paulo Foto: Fabio Leite/Estadão
Brasília (DF)
Boneco para representar político em Brasília Foto: Amanda Pupo/Estadão
Brasília (DF)
Manifestantes se vestiram de lagosta para criticar o Supremo Tribunal Federal (STF) Foto: Amanda Pupo/Estadão
Rio de Janeiro (RJ)
Pautas dos atos no Rio foram variadas. Foto: Fabio Grellet/Estadão
Rio de Janeiro (RJ)
Pixulecos de Lula e de Rodrigo Maia na manifestação do Rio de Janeiro. Foto: Fábio Grellet/Estadão
Belo Horizonte (MG)
Cartazem BH faz referência à discussão entre o deputado federalZeca Dirceu e o ministro da Economia Paulo Guedes em abril. Foto: Leonardo Augusto/Estadão
Rio de Janeiro (RJ)
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, foi alvo de críticas no Rio de Janeiro (RJ). Foto: Fábio Grellet/Estadão
Salvador (BA)
Pautas como o apoio ao pacote anticrime e CPI da Lava Toga foram comuns em diversas cidades. Na foto, Salvador (BA) Foto: Heliana Frazão/Estadão
Brasília (DF)
Sérgio Moro virou super-heróiem manifestação de Brasília Foto: Amanda Pupo/Estadão
Belo Horizonte (MG)
Na capital mineira, os atos se concentraram na Praça da Liberdade Foto: Leonardo Augusto/Estadão
Curitiba (PR)
Na capital paranaense, os manifestantes se reuniram à tarde na praça Santos Andrade Foto: Julio Cesar Lima/Estadão
Porto Alegre (RS)
O Parcão foi o ponto de encontro em Porto Alegre Foto: Luciano Nagel/Estadão
Questionado sobre a tramitação da proposta de reforma tributária de autoria do próprio Congresso, Bolsonaro disse não ver problema no fato de o texto não ser o do Planalto. "Eu não quero ter a paternidade de nada. Se alguém quiser ser o pai da criança, vá ser."
Previdência. "Precisamos destravar nossa economia", disse Bolsonaro. "Se não enfrentar a questão da previdência rápido, Brasil pode sucumbir economicamente", afirmou. Para ele, conversar individualmente com cada parlamentar sobre a reforma da Previdência não é uma boa prática, pois é mais "praia" do Maia. "Tenho recebido o que posso de parlamentares no meu gabinete."
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Sobre a permanência do ministro da Economia, Paulo Guedes, no cargo, conforme declarou o ministro à revista Veja, Bolsonaro disse: "se o Brasil economicamente naufragar, acaba a função dele". "Ele vai administrar o quê?", disse Bolsonaro ao falar do cenário de não aprovação da reforma. Perguntado sobre prazos, ele preferiu não falar em datas para a aprovação.
'Idiotas úteis'. Como mostrou o BR18, Bolsonaro ainda tentou recuar da expressão “idiotas úteis”, usada por ele para descrever os participantes do protestos contra os cortes na Educação há duas semanas. “Eu exagerei”, disse. “O correto seria inocentes úteis”.
Para ele, estudantes foram instrumentalizados por “professores inescrupulosos” para se manifestar contra cortes que, segundo ele, não ocorreram. Ele afirmou que os jovens devem ter “cuidado” para não serem influenciados por esses professores - "uma minoria", segundo ele.