''Não queremos mais andar na contramão''

Vencedora da prévia do PT para a Prefeitura de Porto Alegre diz que cidade deve buscar sintonia com programas federais

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Por Elder Ogliari
Atualização:

A deputada federal Maria do Rosário venceu a prévia de domingo pela pequena vantagem de 56 votos (2.193 a 2.137) sobre o ex-ministro do Desenvolvimento Agrário Miguel Rossetto e vai disputar a Prefeitura de Porto Alegre como candidata do PT. As pesquisas indicam que o PT não tem mais lugar cativo no segundo turno, que a disputa será acirrada, com chances para diversos candidatos. Na última, feita pelo Vox Populi e publicada pelo Correio do Povo no dia 9 de março, o prefeito José Fogaça (PMDB) liderava em todos os cenários para o primeiro turno. Nas três projeções em que seu nome constava, Maria do Rosário aparecia em segundo lugar. Os índices foram de 27% a 16%, 28% a 17% e 29% a 20%. Maria do Rosário pretende se apresentar ao eleitor como uma candidata capaz de retirar a prefeitura da apatia, que atribui a Fogaça, e colocá-la em sintonia com os projetos federais. "Não queremos mais andar na contramão", disse, nesta entrevista ao Estado. O que o PT precisa fazer para recuperar a hegemonia em Porto Alegre? Apresentar um projeto de desenvolvimento para a cidade, que ligue o momento atual com o futuro, estar comprometido com serviços de qualidade, ter muita unidade interna e conseguir reeditar a Frente Popular. São tarefas importantes, mas à altura do desafio que assumi. A senhora não falou de dois temas muito caros ao PT, o Orçamento Participativo e o Fórum Social Mundial. Isso saiu da agenda? Em hipótese alguma. Eu considero que a cidade já sabe que nós vamos fortalecer o Orçamento Participativo e buscar novamente o Fórum Social Mundial. Qual é o projeto do PT? O projeto passa hoje por integrarmos a cidade ao momento de desenvolvimento que o País está vivendo. O PAC significa muito para a cidade. A possibilidade de Porto Alegre ter metrô é algo muito importante para a qualidade de vida, barateamento da tarifa do transporte coletivo e, ao mesmo tempo, geração de emprego imediata. Porto Alegre pode ser, porque já tem excelência para isso, um dos maiores pólos de saúde do Brasil. E com o Ceitec (Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada) pode ser um importante pólo de tecnologia de ponta. A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse no domingo que o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos aliados será "genérico". Isso não é pouco para quem quer vincular sua candidatura aos projetos nacionais? Eu acredito mesmo que a identidade do presidente é com o conjunto de forças que o apóiam. Mas ele tem na sua vida a marca do PT. E as candidaturas do PT, inclusive aqui, vão tentar ampliar o leque de alianças que apóiam o próprio presidente. Então isso me deixa muito tranqüila. Qualquer que seja o caminho assumido pelo presidente, nós estaremos representando a sua energia de mudança para o Brasil e comprometidos com o País que a gente quer, mais justo.

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