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‘Não pode uma pessoa do STF e uma do TSE se arvorarem como donas do mundo’, diz Bolsonaro

Sem citar nomes, presidente volta a criticar ministros e diz que a ‘grande pauta’ dos atos do 7 de setembro é a liberdade de expressão

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Foto do author Gustavo Côrtes
Foto do author Daniel  Weterman
Por Gustavo Côrtes , Daniel Weterman e Sofia Aguiar
Atualização:

A uma semana do feriado de 7 de setembro, dia em que pretende fazer demonstração de força nas ruas, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que a “grande pauta” dos atos que devem ocorrer no País é a liberdade de expressão e voltou a atacar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral. “Não pode uma pessoa do STF e uma do TSE se arvorarem como donas do mundo”, disse o presidente à Rádio Rede Fonte de Comunicação, no início da tarde desta segunda-feira, 30.

Bolsonaro não citou os nomes dos ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso. Os atos têm como principais motivações os alvos do inquérito que apura ofensas e fake news contra os ministros do STF. Entre os objetos das investigações estão o ex-deputado federal e presidente do PTB, Roberto Jefferson, o deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ) e blogueiro Allan dos Santos. “Não podemos admitir um deputado federal, um jornalista e um presidente de partido presos”, disse o chefe do Executivo.

O presidente Jair Bolsonaro Foto: Evaristo Sá/ AFP

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Bolsonaro classifica as manifestações programadas como “espontâneas” e que serão feitas por pessoas “pacíficas, ordeiras, trabalhadoras que querem o melhor para o País”. O chefe do Executivo disse que os cidadãos “não estão pedindo nada além do normal, do que os Poderes deviam atender”. Com presença confirmada, Bolsonaro garante que vai “onde o povo estiver”'.

Na entrevista, Bolsonaro voltou a criticar a Corte sobre a discussão do ‘marco temporal’ para a demarcação de terras indígenas e afirmou que não é atribuição do STF mudar a Constituição. Para ele, uma decisão contrária “mataria o campo e sufocaria as cidades”.

O presidente voltou a defender que, se o “marco temporal” for rejeitado, o Brasil terá uma decisão judicial que permitirá a demarcação de uma área do tamanho da Região Sul. “Vai afetar em cheio o agronegócio”, disse, pontuando que será necessária a construção de novas rodovias para que o escoamento de alimentos não fique prejudicado.

“Espero que o bom senso recaia”, pediu ao STF. No sábado, 28, após participar de culto alusivo ao 1º Encontro Fraternal de Líderes Evangélicos em Goiânia (GO), o presidente afirmou que, se a tese do “marco temporal” for chancelada pelo STF, ele terá “duas opções”. “Não vou dizer agora, mas já está decidido qual é a opção. É aquela que interessa ao povo brasileiro, é aquela que está ao lado da nossa Constituição”, disse.

O STF retoma o julgamento do marco temporal, tese defendida pelo Palácio do Planalto, na próxima quarta-feira, 1, mas sem previsão de encerramento. Setores ligados aos ruralistas pressionam para que a Suprema Corte entenda que indígenas só podem ter direito sobre terras que já estavam ocupadas até a promulgação da Constituição, em 1988.

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