Não houve motivação política no envio de dados, diz secretário

Secretário do MEC refuta insinuação do ex-ministro Paulo Renato, mas admite que, se outros dados tivessem sido enviados, a posição do Brasil teria sido melhor. Leia também: Brasil cai sete posições no ranking de desenvolvimento humano

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Por Agencia Estado
Atualização:

O secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, do Ministério da Educação, Ricardo Henriques, refutou as insinuações do ex-ministro Paulo Renato Souza de que o governo brasileiro teria propositalmente mudado a base de dados informada à ONU, para distorcer a evolução do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), das Nações Unidas, no último ano da gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "É infundado e até injusto alguma sinalização de que haja motivação política na reportação dos dados", disse Henriques. Segundo ele, a responsabilidade pela informação foi do IBGE, que decidiu repassar os dados do Censo Demográfico de 2000, em vez dos dados de Pnad (Pesquisa Nacional de Amostragem por Domicílio) de 2002, em virtude de a abrangência da primeira ser maior, na medida que capta, por exemplo, o analfabetismo na região Norte. O próprio secretário admitiu, entretanto, que talvez a melhor opção teria sido a utilização dos dados da própria Pnad, que são atualizados anualmente. De acordo com o Relatório de Desenvolvimento Humano Mundial, o Brasil, caiu da 65ª posição para a 72ª. Posição do Brasil teria piorado de qualquer jeito Segundo o secretário, a posição do Brasil no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano teria piorado mesmo com a utilização da taxa de analfabetismo da Pnad de 2002, utilizada pela ONU. Ricardo Henriques simulou qual seria o índice obtido pelo Brasil caso o IBGE tivesse enviado os dados da Pnad em vez do Censo do IBGE. Nesse caso, a taxa de analfabetismo no País teria melhorado entre 2001 e 2002 e o IDH também, mas mesmo assim o Brasil teria passado da 65ª para a 68ª no ranking das 177 nações pesquisadas. Pelo menos uma posição perdida no ranking se deve à entrada, na pesquisa, do país Tonga, que ingressou pela primeira vez no ranking este ano, ocupando a 63ª posição. "Não há nenhuma recusa do reconhecimento de que os indicadores melhoraram no governo anterior. A queda do analfabetismo é histórica e a gente quer acelerar", disse Henriques.

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