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''''Não houve desvio de conduta''''

Por Rosa Costa
Atualização:

Recordista nas despesas com o cartão corporativo - R$ 182,12 mil em 2007 -, a ministra Matilde Ribeiro, afirma que os gastos foram gerados "por motivação da agenda de trabalho" em diferentes cidades e Estados. Ela é sucinta ao negar qualquer intenção de deixar o cargo. As perguntas do Estado foram enviadas por e-mail, atendendo à orientação da sua assessoria. Como a sra. recebeu a iniciativa da Comissão de Ética Pública de pedir à Controladoria-Geral da União (CGU) que investigue os gastos do seu cartão corporativo? Entendemos que é correto o envio da questão para outro órgão competente, para que quaisquer dúvidas sejam dirimidas. A comissão se pauta pelo estrito cumprimento de suas funções e de sua missão institucional. Assim, se algum desvio ético fosse constatado pela comissão, ela haveria se pronunciado de pronto, o que não ocorreu. Reafirmamos que em nenhum momento houve ou haverá nenhum tipo de desvio de conduta ética. Por que os gastos se concentram no Rio e em São Paulo, apesar de informar que visitou 14 Estados? São Paulo é uma cidade-pólo que realiza grande número de eventos freqüentados por autoridades públicas, acadêmicos e formadores de opinião, cujos contatos são priorizados pela secretaria para construir uma rede de apoiadores e parceiros na execução das políticas de ações afirmativas que pautam o trabalho. O contato com o Rio assumiu grande relevância desde a criação da secretaria, por se tratar de um centro gerador de cultura afro-brasileira que embasou vários projetos. Trata-se de Estado onde a presença da população negra se destaca entre os grandes centros urbanos e exige ação específica. É de se supor que a divulgação na imprensa da sra. na condição de recordista de despesas tenha gerado manifestações contrárias e a favor da sua posição. Que tipo de manifestação prevaleceu? Não cabe à secretaria fazer essa avaliação. A senhora se sente injustiçada pela divulgação das informações? A secretaria entende que a transparência do governo Lula é positiva para a administração e para a sociedade, por isso se empenha em respeitar o direito à informação. A sra. continuará utilizando o cartão corporativo? Esse procedimento passa por avaliação interna na secretaria. Em algum momento pensou em entregar o cargo ao presidente Lula? Não. O gasto de R$ 13 mil/mês com cartão não é excessivo? As despesas se referem a gastos com transporte, alimentação e hospedagem ao longo dos 12 meses de 2007, sendo todas geradas por motivação de agenda de trabalho em diferentes cidades e Estados. O cartão confere mais transparência e controle social aos gastos.

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