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Não haverá problema político que atrapalhe o Brasil, diz Lula

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje, durante discurso na fábrica da Marcopolo, que se instituiu no Brasil a cultura de que todo mundo é culpado até prova em contrário. O presidente, contudo, disse ter sido formado na cultura "de que todo mundo é inocente até prova em contrário", em referência às denúncias do caso Waldomiro. Lula afirmou que o governo está consciente do momento auspicioso que o Brasil pode viver daqui para frente na área econômica. Ele procurou afastar preocupações sobre a possível interferência de questões políticas na economia. "Podem estar certos que não haverá problema político que atrapalhe os passos que o Brasil precisa dar e vamos dar, porque o presidente da República tem que sempre se comportar como se fosse o pai de uma grande família", afirmou. "Não tem filho privilegiado, um pai não grita com seu filho fora de hora, como o presidente não pune, não castiga ninguém, sem que tenha certeza das coisas que está fazendo", afirmou. O presidente disse que todos os 176 milhões de brasileiros estão subordinados à possibilidade de se envolver em qualquer denúncia de qualquer coisa. "O presidente da República não pode agir emocionalmente", explicou. Lula descreveu que, se houver uma denúncia de crime eleitoral, há a Justiça eleitoral e os partidos para investigar e isso não depende do presidente. "Se houver uma denúncia contra funcionários, o máximo que o presidente pode fazer é exonerar o investidor, abrir inquérito na Polícia Federal e dar todas as facilidades para que a apuração vá até o fim", declarou. "Se a pessoa estiver condenada, que pague pelo erro cometido", avaliou. "Se a pessoa for inocente, que tenha sua honradez recuperada por quem a acusou", complementou Lula. Lula relatou durante discurso para os funcionários da Marcopolo, que havia atendido, minutos antes, um telefonema do ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu. Na conversa, segundo Lula, Dirceu contou que tinha falado com o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. "Eu determinei que fosse editada uma medida provisória proibindo os bingos e os caça-níqueis neste País", informou. O presidente assegurou que o governo continuará buscando credibilidade. Antes de começar a falar sobre a crise no governo, Lula disse que neste ano o Congresso deverá aprovar o programa de Parcerias Público-Privadas (PPP). Ele informou que os grandes bancos públicos - Caixa Econômica, Banco do Brasil e BNDES - nunca tiveram tanto dinheiro para investimentos. "A economia está mais ou menos estável e controlada", afirmou Lula. "Sabemos que, enquanto tivermos uma dívida do tamanho da que temos, não será fácil a gente perder a vulnerabilidade externa. E esta vamos compensar com a credibilidade do governo", disse. Ao final do discurso, o presidente colocou um boné da empresa e entrou no ônibus, assumindo a direção do veículo e posando para imagens, agora já mais descontraído.

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