Não há crise no governo, diz Lula

Se os Estados estão com problemas agora é porque no governo passado eles fizeram acordo para renegociar suas dívidas, disse o presidente.

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Por Agencia Estado
Atualização:

include "$DOCUMENT_ROOT/ext/politica/tickersobataque.inc"; ?>O presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou hoje, no discurso que fez na General Motors, em São Caetano do Sul, na cerimônia de entrega de carros à Polícia Rodoviária Federal, que seu governo viva uma crise, neste momento. "De vez em quando eu ouço dizer que tem crise. Eu sei que tem crise no Corinthians, que não está ganhando há muito tempo. O São Caetano fatalmente não tem crise e muito menos tem crise no governo", afirmou, citando o time de futebol para o qual torce (o Corinthians) e o time local (o São Caetano). Segundo o presidente, o fato de existirem divergências políticas e contradições "está longe de alguém poder dizer que isto é uma crise". Lula insinuou que a crise política poderia estar relacionada com as eleições municipais de outubro deste ano. "Ou será que a crise já é as eleições de 2004?", indagou. Ainda com questionamentos, Lula manifestou que poderia haver relação com alguns grupos que poderiam estar preocupados com o fato de o PT vencer as eleições em muitas cidades, e, por isso, precisariam fazer "o debate político". Reivindicações atendidas O presidente afirmou também que "90% das reivindicações dos prefeitos" apresentadas no ano passado foram atendidas. Lula disse que, em conversas com governadores, tem ouvido queixas de que os Estados estão quebrados, que não têm dinheiro para investir e que alguns deles (dez Estados, citou) dizem que não têm recursos para pagar salários, nem 13º salário. "Mas isso não aconteceu agora. Meu Deus do céu, há alguns anos atrás, todo muito achava que estava maravilhoso, que podia vender todas as estatais, que ia dar tudo certo. E agora tentam jogar nas costas do governo a falência dos Estados. Não é possível." Culpa do governo anterior Depois de afirmar que não procurava um culpado, Lula apontou o culpado: "A culpa foi de um acordo feito quatro ou cinco anos atrás, em que os Estados têm que pagar grande parte do que arrecadam para a União. Mas foi um acordo feito entre o governo federal e os Estados, quase todos eles do mesmo partido, e obviamente o governo agora não pode abrir mão do acordo, porque não pode assumir a dívida dos Estados. A História e o povo saberão em que momento as coisas não se deram como deveriam se dar." O presidente disse que, no devido tempo, pretende oferecer mais recursos para os Estados e os municípios. "Eu só tenho a Constituição para cumprir, não tenho os poderes de Deus para fazer os milagres que alguns acham que eu devo fazer, sobretudo na relação com prefeituras e Estados. Isso é um processo que, se depender da minha vontade, ao longo do tempo, os Estados e municípios, terão mais dinheiro, sobretudo os municípios, porque é lá que o povo mora. Mas isso terá quer feito com tempo, porque eu não posso cobrir um santo e descobrir outro."

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