PUBLICIDADE

''Não fosse a dúvida jurídica, iria até o fim''

PUBLICIDADE

Por Christiane Samarco e BRASÍLIA
Atualização:

Frustrado e surpreso. É desta forma que o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), define sua reação, ao ser informado da candidatura do senador José Sarney (PMDB-AP), que até a véspera lhe prometia voto para a reeleição. Já passava das 23 horas de segunda-feira, quando Sarney bateu-lhe à porta para levar a notícia que já não era novidade. Ainda no final da manhã, Garibaldi recebera um telefonema do então adversário, senador Tião Viana (PT-AC), avisando que Sarney naquele dia se encontraria com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para comunicar a candidatura. No domingo, Garibaldi é quem visitara Sarney, a convite do correligionário, que queria saber como andava sua campanha. Garibaldi reconhece que Sarney nunca descartou a possibilidade de se lançar candidato e sempre o advertiu das dúvidas jurídicas que cercavam sua candidatura, uma vez que o texto constitucional proíbe a reeleição. Mas confidenciou a amigos que estranha o fato de o companheiro de partido não lhe ter antecipado o anúncio da candidatura durante a visita. CABO ELEITORAL Nem foi preciso que lhe fizessem apelo para renunciar. Bastou que Sarney avisasse da disposição de disputar a presidência com Viana para que Garibaldi abrisse mão de pleitear o segundo mandato. Ele sabe que sua candidatura acabou ajudando o correligionário, uma vez que impediu que o petista se consolidasse como candidato único, enquanto Sarney estava indeciso quanto a entrar na disputa. Mas garante que todos sabem que não faria o papel de guardar lugar para o colega. "Não fosse a dúvida jurídica, iria até o fim", disse Garibaldi, citando a possibilidade de a Justiça impugnar sua candidatura. "A partir de agora sou cabo eleitoral de Sarney."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.