'Não fomos felizes na maioria das intervenções político-eleitorais', constata Gilmar Mendes

O presidente do TSE afirmou que intervenções do Judiciário na política tornam o sistema mais confuso; quanto ao financiamento de campanha, o ministro acredita que a opinião pública não optaria nem por recursos públicos, nem por privados

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Foto do author Altamiro Silva Junior
Foto do author Francisco Carlos de Assis
Por Altamiro Silva Junior (Broadcast), Francisco Carlos de Assis (Broadcast) e Igor Gadelha
Atualização:

SÃO PAULO - "Nós não fomos felizes na maioria das nossas intervenções envolvendo o sistema político-eleitoral", afirmou o ministro Gilmar Mendes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nesta segunda-feira em discurso no Fórum Estadão que discute a reforma política no Brasil. Para ele, intervenções na política não têm resultado necessariamente positivo.

Gilmar Mendes, ministro do STF e presidente do TSE, participa do Fórum Estadão sobre Reforma Política, organizado pelo Estado. Foto: Felipe Rau/Estadão

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Gilmar Mendes ressaltou que dos 750 mil doadores da campanha de 2016, 300 mil não tinham capacidade financeira. "Isso demonstra o uso de laranjas na doação da campanha", afirmou, defendendo a necessidade de uma reforma política e partidária.

"Derrubamos a cláusula de barreira e incentivamos a criação de partidos", afirmou Gilmar. "Mais do que isso, inventamos a chamada portabilidade. O sujeito sai do partido levando um ativo." Para o ministro, se o tema financiamento de campanha for colocado em plebiscito, a resposta seria de que não se quer recursos públicos nem privados para bancar as campanhas eleitorais.

Gilmar Mendes argumentou em sua apresentação que o sistema de voto em lista fechada, preordenada pelo partido, poderia baratear as campanhas. "Lista aberta com coligação obviamente exigiria uma quantidade de dinheiro que não podemos dar", diz. Para ele, intervenções do Judiciário na política tornam o sistema mais confuso. 

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