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Não farei "leilão de escravos", diz ministro do Trabalho

Por Agencia Estado
Atualização:

A reforma trabalhista desejada pelo governo federal, a ser modelada no Fórum Nacional do Trabalho, não deverá ser caracterizada "nem pela intocabilidade da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e nem pela revogação da Lei Áurea". A avaliação é do ministro do Trabalho, Jaques Wagner, durante encontro mantido com sindicalistas na sede da Força Sindical, em São Paulo. "Se for para fazer leilão de escravos, não conte comigo", garantiu, referindo-se à revogação de direitos trabalhistas. O ministro estimou que a legislação que resultará do fórum atenderá os anseios dos trabalhadores e dos empresários, já que o governo terá um papel primordialmente de moderador nos debates. Wagner garantiu que a modelagem do fórum será diferente da adotada no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), já que, no conselho, os participantes foram convidados para a composição, enquanto que no fórum os membros serão representantes das entidades de classe. Ele lembrou que a modelagem do fórum segue um padrão da Organização Internacional do Trabalho (OIT) na garantia de credibilidade ao processo. Essa foi a primeira visita do ministro, um ex-membro da Central Única dos Trabalhadores (CUT), à Força Sindical. Por conta disso, ele garantiu transparência na sua gestão no ministério e uma relação de igualdade entre as centrais. "Minhas convicções sindicais são de fórum íntimo", assegurou. No encontro, o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, cobrou do ministro uma prioridade do debate da reforma trabalhista sindical no Fórum Nacional do Trabalho. "Não queremos discussões dispersas. O fórum discute e remete ao Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social e, o conselho envia ao Congresso", afirmou. Paulinho lembrou ainda que o governo adotou o procedimento correto ao priorizar o encaminhamento ao Congresso das reformas tributária e previdenciária e, posteriormente, da trabalhista e sindical. Para ele, a reforma trabalhista ajuda, mas não resolve o problema do País.

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