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'Não falo nem sob tortura', diz Cármen Lúcia sobre delação da Odebrecht

Presidente do Supremo desconversou sobre possibilidade de homologar ela mesma os acordos da empresa

Por Rafael Moraes Moura e Breno Pires
Atualização:
A presidente do Supremo, Cármen Lúcia, trabalhando em seu gabinete, em Brasília Foto: André Dusek/Estadão

BRASÍLIA – Em meio à expectativa quanto à definição do novo relator dos processos da Operação Lava Jato, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, recusou-se a falar sobre as delações de 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht. Indagada se ela mesma poderia homologar os acordos, a ministra desconversou: “Sobre esse assunto eu não falo. Nem sob tortura.”

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Em uma rápida conversa com repórteres, a ministra disse que não falou nesta quinta-feira com colegas da Corte sobre quem vai assumir a relatoria, que segue indefinida depois da morte de Teori Zavascki, na semana passada.

“Hoje eu não conversei com ninguém, com nenhum dos ministros (sobre Lava Jato). Não sei de nada. Hoje tratei de liminares, não posso falar nada”, afirmou Cármen, que trabalha em regime de plantão durante o recesso do Judiciário, que vai até o dia 31 de janeiro.

Questionada se a "barra estaria pesada" pelo STF, Cármen desabafou: "Nem me fale!"

Na quarta-feira, um juiz auxiliar do gabinete de Teori tomou depoimentos de oito executivos e ex-executivos e funcionários da empreiteira Odebrecht, em São Paulo. A retomada da Lava Jato na Corte foi determinada pela ministra Cármen Lúcia.

Como informou o Estado, advogados e ex-ministros de tribunais superiores, além de assessores do Supremo, ventilam o nome do ministro Edson Fachin como um magistrado de perfil discreto que poderia herdar a Lava Jato. Essa seria, segundo interlocutores, também uma vontade de Cármen Lúcia.

A ministra afirmou que recebeu nesta quinta-feira pessoas próximas a Teori e que na sexta-feira (27) deverá receber outros familiares.

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